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Vaticano abre arquivos de Pio XII, do tempo da II Guerra Mundial, em 2020

O papa Francisco anunciou hoje a abertura em 2020 dos arquivos do Vaticano relativos ao pontificado de Pio XII, que chefiou a Santa Sé durante a II Guerra Mundial e é acusado de cumplicidade com os crimes do Holocausto.

Vaticano abre arquivos de Pio XII, do tempo da II Guerra Mundial, em 2020
Notícias ao Minuto

14:28 - 04/03/19 por Lusa

Mundo Papa Francisco

"Decidi que a abertura dos arquivos do Vaticano do pontificado de Pio XII (1939-1958) será realizada em 02 de março de 2020, exatamente um ano depois do 80.º aniversário da eleição para o trono de Pedro de Eugenio Pacelli", afirmou Francisco, durante um encontro com representantes dos funcionários do Arquivo Secreto do Vaticano.

Várias organizações judaicas e o comité de diálogo inter-religioso judaico e católico (International Jewish Committe on Interreligious Consultations, na designação em inglês) desejam há muito tempo ter acesso à documentação relativa a este pontificado que está guardada nos arquivos do Vaticano, sobretudo quando foi iniciado o processo de beatificação de Eugenio Pacelli.

Pio XII é acusado de ter permanecido em silêncio perante os crimes cometidos pelo regime nazi durante a II Guerra Mundial (1939-1945), nomeadamente sobre um ataque ocorrido num gueto em Roma a 16 de outubro de 1943, quando a poucos metros do Vaticano, 1.022 pessoas foram deportadas para o campo de concentração de Auschwitz (Polónia).

Apenas 16 pessoas deste gueto sobreviveram.

"A Igreja não tem medo da História, mas a ama", referiu Francisco, acrescentando que confia tal "património documental aos investigadores".

O Vaticano tem tomado a defesa de Pio XII ao longo das décadas, afirmando que Eugenio Pacelli usou a diplomacia de bastidores para tentar salvar vidas e que terá salvado, em segredo, muitos judeus.

A Santa Sé espera geralmente 70 anos após o fim de um pontificado para abrir os arquivos, mas tem existido uma pressão para que esta documentação seja disponibilizada mais cedo, enquanto ainda existem sobreviventes do Holocausto vivos.

O bispo português José Tolentino de Mendonça foi nomeado, no verão de 2018, pelo papa Francisco para ser arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, passando a tutelar a mais antiga biblioteca do mundo.

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