Tribunal londrino ordena extradição de empresário ligado a Sarkozy

Um tribunal de Londres ordenou hoje a extradição para França do empresário Alexander Djourhi, um dos principais protagonistas no caso do alegado financiamento líbio à campanha presidencial de Nicolas Sarkozy, em 2007.

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Lusa
26/02/2019 13:04 ‧ 26/02/2019 por Lusa

Mundo

Casos

Um juiz do tribunal de Westminster, em Londres, informou hoje que pediu a extradição imediata de Alexander Djourhi, detido em janeiro passado no aeroporto de Heathrow, ao abrigo de um mandado de detenção europeu, emitido pelos tribunais franceses.

Alexander Djourhi é indiciado de crimes de peculato e de corrupção, tendo começado a ser investigado quando apareceu ligado à venda de uma casa na Côte d'Azur, em 2009, através de um fundo líbio gerido por um alto responsável do governo líbio de Muammar Kadhafi.

Djourhi, empresário com ligações familiares a organizações da direita francesa, é suspeito de ser o real proprietário da casa, cujo valor terá inflacionado para encobrir alegados pagamentos ocultos que tinham sido feitos pelo governo líbio, em 2007, à campanha presidencial de Nicolas Sarkozy.

Perante o tribunal londrino, Alexander Djourhi considerou-se vítima de uma "armadilha judiciária", dizendo que não há razão para considerar perigo de fuga que justifique a sua detenção.

"Eu tenho uma casa, moro na Suíça, pago os meus impostos. Montaram uma armadilha para me prender", afirmou Djourhi aos jornalistas, momentos antes de entrar no tribunal em Londres.

Ao tribunal, Djourhi disse que estava a ser "vítima de dois magistrados franceses", que o procuraram "injustamente" relacionar com o processo de alegado financiamento líbio da campanha de Nicolas Sarkozy.

Nesse processo, o ex-Presidente Sarkozy está a ser investigado por corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha e ocultação de desvio de fundos públicos líbios, estando impedido de contactar com vários outros arguidos, nomeadamente com Alexander Djourhi.

O caso foi desencadeado por um jornal francês, em 2012, revelando a existência de transferências de 50 milhões de euros para financiamento da candidatura presidencial de Nicolas Sarkozy, em 2007, a partir das contas do governo líbio, liderado por Mouhamar Kadhafi.

A lei francesa apenas permitia que a campanha fosse financiada com um máximo de 20 milhões de euros e o Ministério Público francês considera que todo este caso está envolto em suspeitas de fraudes e ilegalidades.

 

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