Resultados vagos na segunda cimeira Trump/Kim "não serão suficientes"
A segunda cimeira entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, arranca na quarta-feira e analistas alertam que, desta vez, "não serão suficientes" resultados vagos que não envolvam compromissos de desnuclearização.
© Getty Images
Mundo Analistas
"Concreto é a palavra-chave aqui", afirma Paul Haenle, investigador no centro de pesquisa de política global Carnegie-Tsinghua, com sede em Pequim.
"Trump precisa de obter algo tangível da cimeira em Hanói: outro conjunto de resultados vagos, como ocorreu no primeiro encontro, em Singapura, não será suficiente", diz.
Em Singapura, Kim afirmou o seu "compromisso inabalável" com a desnuclearização, mas recusou fornecer um inventário sobre o seu armamento nuclear, apesar de ter suspendido testes nucleares e com mísseis balísticos, ou desmantelado, parcialmente, a base para lançamento de mísseis em Sohae, no noroeste do país.
Os serviços de informação dos EUA afirmam mesmo que a Coreia do Norte continuou a aumentar o seu arsenal, enquanto análises de imagens de satélite das instalações nucleares revelam que estas permanecem ativas.
Washington, por seu lado, rejeitou até à data aliviar as sanções económicas impostas ao regime norte-coreano.
"É muito provável que a Coreia do Norte tenha continuado a consolidar a sua capacidade de dissuasão nuclear ao longo do ano passado e, talvez, até agora", diz Tong Zhao, um especialista chinês sobre a Coreia do Norte.
Para o analista, o "problema fundamental" é que a Coreia do Norte "não pode confiar" em garantias de segurança dadas pelos EUA.
"É extremamente difícil tornar estas garantias irreversíveis", explica, "e, por isso, a Coreia do Norte sente que a sobrevivência do seu regime depende da dissuasão nuclear".
O Representante Especial dos EUA para a Coreia do Norte, Stephen Biegun, definiu já que "resultados concretos" teriam de incluir um roteiro detalhado para as negociações e o inventário completo das capacidades nucleares da Coreia do Norte.
Biegun admite que Washington e Pyongyang ainda não concordaram com um "significado específico" para a desnuclearização.
Os anteriores líderes norte-coreanos usaram no passado definições ambíguas para prolongar ou minar as negociações.
Mas Trump baixou já as expectativas, afirmando que "não há pressa" para que Pyongyang inicie a desnuclearização, e optou por enaltecer a suspensão dos testes nucleares.
"O relacionamento entre a Coreia do Norte e os EUA é o melhor de sempre: sem testes, recebemos os restos [mortais da Guerra da Coreia] e reféns foram libertados. Temos boas chances para a desnuclearização", escreveu na rede social Twitter.
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