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Corbyn admite risco "muito sério" de Brexit sem acordo

O risco de o Reino Unido abandonar a União Europeia (UE) sem acordo é "muito sério", assumiu hoje o líder do partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, após ter-se reunido em Bruxelas com o negociador-chefe comunitário para o 'Brexit', Michel Barnier.

Corbyn admite risco "muito sério" de Brexit sem acordo
Notícias ao Minuto

15:20 - 21/02/19 por Lusa

Mundo Reino Unido

Em declarações aos jornalistas em Bruxelas, Corbyn começou por admitir que há um risco "muito sério" de a saída do Reino Unido do bloco comunitário ser desordenada.

Definindo o diálogo com Barnier como "útil e informativo, o líder do Partido Trabalhista revelou ter debatido com o negociador francês as propostas alternativas apresentadas pelo seu partido para uma união aduaneira permanente e abrangente em todo o Reino Unido, que implique um alinhamento com o código alfandegário comum, uma tarifa externa comum e um acordo sobre política comercial que inclua poder de decisão do Reino Unido sobre os futuros acordos comerciais da União Europeia.

"Acreditamos firmemente que as nossas propostas são credíveis -- e isso foi confirmado nos nossos encontros de hoje -- e que podem ser negociadas. O problema é que a primeira-ministra insiste no seu acordo, que já foi chumbado de forma expressiva no parlamento, e em deixar o relógio continuar a contar de modo a tentar manter a ameaça de um não acordo em cima da mesa, apesar de todos os danos que essa perspetiva causa", criticou.

Horas depois de Theresa May se ter encontrado com o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, para tentar desbloquear o impasse do 'Brexit' e de, mais uma vez, ter saído de Bruxelas com uma 'mão cheia de nada', o líder da oposição britânica mostrou-se determinado em afastar o cenário de uma saída desordenada do Reino Unido do bloco comunitário.

"A ameaça de um não acordo é algo que tem alarmado os cidadãos em toda a UE. Estão muito apreensivos com as consequências [desse cenário]. Isso foi-nos transmitido de forma inequívoca durante estes encontros. Daí estarmos determinados a retirar essa opção de cima da mesa", vincou.

Questionado sobre se Barnier manifestou disponibilidade, em nome da UE, para estender o Artigo 50, uma das únicas opções para evitar a saída desordenada do Reino Unido do bloco comunitário, Corbyn foi evasivo.

"Essa é uma questão difícil e complexa de responder neste momento. O Governo britânico devia ser sério e afastar a possibilidade um não acordo e trabalhar numa declaração política que albergasse o tipo de sugestões que nós apresentámos relativamente a uma união aduaneira", defendeu.

O líder do Partido Trabalhista admitiu ainda a possibilidade de apresentar uma nova moção no parlamento britânico para a celebração de um segundo referendo, depois de uma primeira proposta nesse sentido ter sido rejeitada pela Câmara dos Comuns em janeiro.

"Essa opção foi rejeitada no parlamento quando aí foi votada, mas claramente é uma parte muito importante da agenda do Partido Trabalhista", afirmou.

O 'Brexit', agendado para 29 de março, está num impasse desde que o parlamento britânico chumbou o acordo de saída do Reino Unido da UE, firmado por Bruxelas e Londres em novembro, e mandatou a primeira-ministra Theresa May para renegociar o mecanismo de salvaguarda da fronteira irlandesa, inscrito naquele texto.

O acordo do 'Brexit' inclui um mecanismo de salvaguarda, comummente conhecido como 'backstop', que pretende evitar o regresso de uma fronteira física entre a República da Irlanda, Estado-membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte, e que consiste na criação de "um território aduaneiro único" entre a UE e o Reino Unido.

Este mecanismo só seria ativado caso a parceria futura entre Bruxelas e Londres não ficasse fechada antes do final do período de transição, que termina a 31 de dezembro de 2020 e que poderá ser prolongado uma única vez por uma duração limitada.

O 'backstop' é contestado pelos parlamentares britânicos que temem que este mecanismo deixe o país indefinidamente numa união aduaneira, e que reclamam que Londres possa 'abandonar' unilateralmente esta solução.

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