Civis retirados em camiões do último reduto jihadista no leste da Síria
Um comboio de camiões com civis deixou hoje o último reduto ocupado pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) no leste da Síria, uma retirada que permite a coligação árabe-curda, apoiada pelos Estados Unidos, de prepararem-se para o último assalto.
© Reuters
Mundo ombates
Uma equipa da agência Associated Press avistou pelo menos oito camiões, com homens, mulheres e crianças, numa das pontas do corredor humanitário, que tem sido usado nas últimas semanas para retirar do último território ocupado pelos 'jihadistas', junto ao rio Eufrates.
A fuga dos civis foi confirmada pelo porta-voz das Forças Democráticas Sírias (FDS) -- a coligação apoiada pelos norte-americanos -, Mustafa Bali, porém não se sabe se os camiões continham também combatentes do EI.
Cerca de 300 combatentes ocupam ainda o enclave, assim como centenas de civis.
"Depois de várias tentativas fúteis, conseguimos hoje retirar o primeiro grupo. O número ainda não é conhecido. Não sabemos se há 'jihadistas' entre os civis que escaparam, mas saberemos quando os inspecionarmos. Conseguimos ver que há ainda civis dentro do enclave", referiu o responsável.
Na terça-feira, a ONU expressou a sua "profunda preocupação" acerca das cerca de 200 famílias "aparentemente aprisionadas".
Desde o início de dezembro, cerca de 40 mil pessoas, a maioria familiares de combatentes, fugiram do território, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Em Bagouz, o EI está apenas a alguns quarteirões de distância, e os 'jihadistas' estão entranhados em túneis, protegidos por número indeterminado de minas escondidas para tentar impedir o avanço das FDS.
O OSDH referiu ainda a existência de "negociações" em curso entre a coligação árabe-curda e o EI para obter uma "rendição" dos 'jihadistas' escondidos.
O diretor daquela organização não-governamental, Rami Abdel Rahmane, comentou a existência de "um acordo ainda com contornos vagos".
Iniciado em 2011, o conflito na Síria já provocou mais de 360 mil mortos e milhões de refugiados, numa situação que se tem tornado mais complexa com o passar dos anos graças ao envolvimento de países estrangeiros e grupos terroristas num território cada vez mais fragmentado.
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