Editor de jornal do Alabama quer Ku Klux Klan a 'limpar' Washington DC
O grupo supremacista branco é conhecido por linchamentos, violações e ataques violentos contra afro-americanos.
© Reuters
Mundo Estados Unidos
O diretor de um jornal local do Alabama está debaixo de fogo por ter escrito um editorial onde apela aos linchamentos em massa do Ku Klux Klan (KKK). O artigo de opinião foi publicado no jornal impresso 'Democrat-Reporter', na passada quinta-feira, por Goodloe Sutton.
Segundo Goodloe, que confirmou ser o autor do texto, a justificação para o pedido de intervenção do grupo supremacista branco prendia-se com o aumento dos impostos feitos pelos Democratas. O jornalista referia que sendo esse o caso, o KKK deveria enforcá-los e invadir Washington DC.
O editorial começou a ganhar atenção depois de os estudantes da universidade de Auburn, no Alabama, terem tweetado fotografias do jornal.
O título do artigo, publicado a 14 de fevereiro, era 'Klan needs to ride again' (traduzido livremente como 'O Klan precisa de volta a atacar') e começava com a constatação por parte do autor de que era tempo de o KKK voltar "a atacar de noite", numa clara referência às invasões que o grupo fazia pelas comunidades negras.
"Os Democratas estão a conspirar para aumentar os impostos no Alabama... Esta ideologia socialista comunista soa bem aos ignorantes, aos sem educação e aos de mente simples", pode ler-se ainda.
Check the date. A paper published this in 2019. Wow. pic.twitter.com/jmVSTO61lX
— Chip Brownlee (@ByChipBrownlee) February 18, 2019
Em declarações ao jornal Montgomery Advertiser, o editor não só confirmou ter escrito o artigo como ainda foi mais longe.
"Se conseguíssemos que o Klan lá fosse e limpasse [Washington] DC ficaríamos melhor", garantiu. Questionado sobre o que queria dizer com isso, respondeu: "Levávamos as cordas, enrolavamo-los num tronco e enforcavamo-los a todos”, esclarecendo que não se tratava de um apelo "ao linchamento de americanos". "É de socialistas comunistas de que estamos a falar", garantiu.
O diretor revelou ainda à publicação não acreditar que o KKK fosse uma organização violenta. "Só mataram algumas pessoas. O Klan só foi violento quando precisou de ser", justificou.
Recorde-se que o Ku Klux Klan é um dos grupos de supremacistas brancos mais antigos dos Estados Unidos, formados logo a seguir à Guerra Civil. Foram responsáveis por vários linchamentos, violações e ataques violentos a afro-americanos nos anos de 1900.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com