Mulher acusada na Austrália por raptos durante ditadura de Pinochet
Adriana Rivas está acusada de ter ajudado a raptar sete pessoas no Chile nos anos 70.
© Reuters
Mundo Crime
Uma mulher que hoje em dia trabalha como ama em Sidney, na Austrália, foi presente a tribunal depois de ter sido acusada de ajudar a raptar pessoas durante a ditadura de Pinochet. Adriana Rivas esteve numa audição, esta quarta-feira, para decidir se será extraditada pelo seu alegado papel no homicídio de um líder comunista em 1976 que foi retido numa prisão secreta para ser depois sufocado e atirado ao oceano.
Conta o Guardian, que o procurador-geral, Christian Porter, que está responsável pelas extradições, revelou que a mulher, de 66 anos, foi detida em Sidney, na passada terça-feira, a pedido do Chile.
O Supremo Tribunal do Chile pediu a extradição de Adriana em 2014, com base nas acusações de que teria ajudado a raptar sete pessoas em 1976 e 1977, incluindo o líder do partido comunista. As vítimas nunca chegaram a ser encontradas.
Adriana era a assistente de Manuel Contreras, o diretor da Direccíon de Inteligência Nacional, a polícia secreta durante a ditadura militar do General Augusto Pinochet. Depois mudou-se para a Austrália em 1978, mas foi detida durante uma visita ao Chile em 2006. Depois de uns meses acabou por ser libertada e fugiu para a Austrália em 2009. Hoje em dia trabalha como ama e empregada de limpeza nos subúrbios de Sidney.
Em 2014, a mulher deu uma entrevista à Australia's Special Broadcasting Service onde garantia ser inocente, mas onde dava conta de ser a favor do uso de tortura no Chile naquela altura. "Tinham de quebras as pessoas, aconteceu em todo o mundo, não só no Chile", referiu.
A sua advogada, Adriana Navarro, explicou que o processo de extradição tem sido complexo pois foi interrompido pela mudança nos governos chilenos, que só recuperou o acordo de extradição bilateral com a Austrália em 1993. "Há um número elevado de obstáculos técnicos pelo caminho porque o sistema legal chileno é completamente diferente do australiano. Por isso é que demorou cinco anos", referiu.
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