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Puigdemont lamenta não poder ir ao PE e critica instituições europeias
O ex-presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, lamentou hoje não poder assistir segunda-feira a uma sessão no Parlamento Europeu (PE), ao serem alegados "motivos de segurança", e alertou para a "perda de credibilidade democrática" das instituições europeias.
© Reuters
Mundo Catalunha
Em declarações aos 'media' em Bruxelas, Puigdemont considerou que o PE, que na sua perspetiva deveria ser um "espaço de palavra livre" e estar aberto aos "representantes das instituições catalãs, como a [presidente da Generalitat, Quim] Torra ou à maioria política no parlamento da Catalunha", tenha acabado por "submeter-se" às "pressões do tripartido do 155", numa alusão aos partidos que se opõem aos independentistas catalães.
Hoje, o PE anunciou que não vai organizar um evento previsto para segunda-feira em que deveriam participar Puigdemont e Torra por questões de segurança.
"Uma análise concluiu que as ameaças de segurança vinculadas ao evento não podem ser mitigadas pelos serviços de segurança do Parlamento", considerou a instituição em comunicado, em que adverte sobre a "possibilidade de incidentes dentro ou nos arredores" do edifício.
A direção de Segurança do Parlamento Europeu atendeu na sua avaliação a fatores como a ocupação por parte de ativistas independentistas da sede da Comissão europeia em Barcelona em 1 de fevereiro e as "tensões" ocorridas no início do julgamento pelo processo independentistas que está a decorrer no Supremo tribunal.
Para o ex-presidente da Generalitat, o governo autónomo da Catalunha, "é uma mensagem negativa transmitida aos cidadãos europeus, que dentro em pouco são chamados para votar" para se pronunciar sobre "que Europa pretendem construir, se querem reforçar uma Europa que dá a palavra aos cidadãos ou faz o contrário".
Acrescentou que "isso não é um bom exemplo que a Europa possa dar ao mundo", e considerou que "a Europa está a perder credibilidade democrática, e seguindo os passos desta deriva espanhola as instituições europeias podem sofrer um desgaste que não merecemos".
Neste contexto, acrescentou que "apesar de promoverem todos os esforços de censura e se associarem aos interesses do PP, de Ciudadanos e dos socialistas" não poderão "deixar de escutar" a voz de mais de dois milhões de catalães.
Puigdemont esteve hoje presente na Feira do Livro de Bruxelas, onde assinou exemplares do seu livro "A Crise catalã: uma oportunidade para a Europa".
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