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Rússia, China e outros países comprometem-se a defender Maduro na ONU

A Rússia, a China e mais de 15 outros países comprometeram-se hoje a defender nas Nações Unidas (ONU) o Governo venezuelano de Nicolás Maduro contra as sanções dos Estados Unidos, anunciou o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros.

Rússia, China e outros países comprometem-se a defender Maduro na ONU
Notícias ao Minuto

19:04 - 14/02/19 por Lusa

Mundo Venezuela

Acompanhado por representantes dessas nações, o ministro Jorge Arreaza apresentou uma declaração do grupo de países denunciando a violação dos princípios básicos da ONU, como o respeito pela soberania nacional, e criticou as sanções e ameaças vindas de Washington.

"Nos próximos dias vamos começar uma série de ações como grupo, para aumentar a consciência dos perigos que os nossos povos estão a enfrentar, especialmente o povo da República Bolivariana da Venezuela", discursou Jorge Arreaza.

O chefe da diplomacia venezuelana não indicou que medidas seriam tomadas, mas sublinhou que as ações serão "coordenadas" em todos os níveis das Nações Unidas, tendo ainda atacado o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, dizendo que este "não tem qualquer controlo" sobre o país.

A Rússia e a China são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, e têm capacidade para vetar qualquer tipo de iniciativa dos EUA ou dos seus aliados.

Além destes dois, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela apareceu acompanhado pelos embaixadores de países como Cuba, Nicarágua, Irão, Síria e Palestina.

"O impulso do golpe de Estado promovido pelo governo dos Estados Unidos acabou. Não aconteceu. [Washington] tem de repensar a sua estratégia, porque a Venezuela é um país soberano. Temos instituições soberanas, Forças Armadas soberanas e muito conscientes e vamos continuar a proteger o nosso povo", afirmou durante a conferência de imprensa.

Arreaza recusou novamente a ajuda humanitária organizada pelos EUA e denunciou que a situação no país é precisamente o resultado das sanções de Washington, que custaram "30 mil milhões de dólares" à Venezuela.

Segundo argumentou, essa operação humanitária é uma tentativa de "colocar à prova a lealdade" do Exército venezuelano, uma lealdade "já demonstrada", apesar de Juan Guaidó ter assegurado que essa ajuda começará a entrar no país, a partir de dia 23.

"Na Venezuela só há um Governo. O Governo do presidente Maduro. Ninguém pode fazer um ultimato. Especialmente este homem [Guaidó] que se autoproclamou presidente no meio da rua, numa manifestação, sem qualquer marco constitucional. [Guaidó] não tem controlo de nada, nenhum controlo efetivo, nem sobre uma patrulha de polícia na Venezuela. Tudo o que diz é um absurdo", atirou o ministro.

"Estamos a organizar-nos para defender o direito das pessoas viverem num sítio saudável, coexistirem de acordo com os princípios da lei internacional, que estão a ser violados de maneira pública e flagrante e, no caso da República Bolivariana da Venezuela, nestes momentos estão a ser violados da maneira mais notória", assinalou Arreaza.

Deixou também o aviso que a "resposta" que será dada em cada situação será "proporcional e correspondente ao tipo de ataque ou ingerência feita", com o embaixador russo na ONU, Vasili Nebenzia, que o seu país está preocupado com a possibilidade de existir uma "ação militar" na Venezuela.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

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