Líder da oposição nos Camarões acusado de insurreição
O principal líder da oposição nos Camarões, Maurice Kamto, foi transferido para uma prisão de alta segurança, após ter sido acusado por um tribunal militar de insurreição, rebelião e hostilidade para com a pátria, segundo um dos seus advogados.
© Reuters
Mundo Maurice Kamto
"Maurice Kamto, presidente do Movimento para o Renascimento dos Camarões (MRC), foi transferido na noite de 12 para 13 de fevereiro para a prisão de Kondengui, Yaoundé", afirmou hoje o advogado Emmanuel Simh, em declarações à agência Efe.
Kamto foi presente a um tribunal militar na capital camaronesa na tarde de terça-feira, depois de sair de uma cela na sede do Grupo de Operações Especiais, onde, à semelhança de outros membros do seu partido, estava detido desde 28 de janeiro.
O advogado acredita que os detidos do MRC têm de suportar condições "desumanas" na prisão e indicou que estes iniciaram uma greve de fome.
As autoridades camaronesas acusam o líder da oposição de ter incentivado manifestações "não autorizadas" por todo o país, em 26 de janeiro, durante as quais foram registados, pelo menos, dez feridos e 200 detenções em várias cidades.
Os manifestantes exigiam uma recontagem dos resultados das eleições presidenciais de 07 de outubro, que deram a vitória a Paul Biya, com 71,28%, à frente de Kamto, que conquistou 14,23% dos votos dos camaroneses que se dirigiram às urnas.
Ainda assim, Kamto mantém que é o legítimo vencedor das eleições, recorrendo a um documento que indica a sua vitória com 39% dos votos, à frente de Biya, que terá conquistado 38%.
Presidente dos Camarões desde 1982, Paul Biya é o segundo chefe de Estado que há mais tempo está no poder em África, apenas atrás do Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, que governa desde 1979.
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