Bélgica em marcha lenta com espaço aéreo fechado e transportes parados
A Bélgica está hoje em marcha lenta, com o espaço aéreo fechado, transportes públicos interrompidos e perturbações em escolas e hospitais, devido à greve geral convocada pelos três maiores sindicatos do país, que reivindicam melhores salários.
© Reuters
Mundo Greve geral
A administração pública em geral, os transportes, as escolas, os hospitais, os correios, a recolha de lixo, mas também empresas e centros comerciais foram afetados pela greve.
O aeroporto de Charleroi (sul), o segundo do país e no qual opera a companhia de aviação Ryanair, está fechado e 400 voos foram cancelados, segundo a organização Airlines for Europe.
O espaço aéreo belga foi mesmo fechado. A empresa de controle de tráfego, a Skeyes, anunciou na terça-feira que não permitiria que nenhum voo saísse ou chegasse ao país, já que não poderia determinar com certeza quantos funcionários estariam a trabalhar.
Apenas voos governamentais, militares e de emergência foram autorizados.
No aeroporto de Bruxelas-Zaventem, o maior no país (25 milhões de passageiros por ano), os balcões de check-in estavam desertos ao meio-dia (local, 11:00 em Lisboa), informou a AFP.
A companhia aérea belga Brussels Airlines tinha anunciado na semana passada a anulação de todos os 222 voos previstos para hoje.
A Companhia Nacional Ferroviária Belga (SNCB) anunciou a supressão ou a modificação nos horários de vários comboios, mas cerca de metade estava a circular após terem sido estabelecidos serviços mínimos.
O tráfego ferroviário internacional (Thalys, Eurostar) foi relativamente poupado, assim como o tráfego nas estradas, que estava até bastante fluido.
"O movimento está a ser seguido em todos os lugares e em todos os setores", afirmou a secretária-geral do sindicato CSC, Marie-Hélène Ska, à rádio Bel-RTL.
"Os trabalhadores dizem que precisam de respeito, que desejam viver com dignidade e não simplesmente sobreviver", acrescentou a sindicalista.
Uma centena de piquetes de greve decorriam ao meio do dia em Bruxelas, de acordo com a agência de notícias Belga, e em dezenas de outros lugares, incluindo em instalações no porto de Antuérpia (norte), o pulmão económico do país.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, lamentou a greve hoje de manhã e pediu a retomada do diálogo por parte dos sindicatos.
"A greve não resolve nada. Eu quero agradecer a todos os que trabalharam hoje", acrescentou.
Esta é a quinta greve geral desde 1993 e comprometeu seriamente os transportes públicos no país, especialmente em Bruxelas, onde muitas linhas de elétricos e autocarros não funcionaram.
A greve foi convocada por uma frente comum dos três maiores sindicatos belgas e abrange todos os setores de atividade, públicos e privados.
Em causa está, nomeadamente, o aumento de salários, dos subsídios e pensões e melhores condições para a reforma.
A última greve geral na Bélgica teve lugar em dezembro de 2014.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com