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"Estados Unidos querem impor à Venezuela um Pinochet"

O presidente da Venezuela fez duras críticas a Bruxelas e a Federica Mogherini. Só aceita eleições para a Assembleia Nacional e frisa que se, ainda assim, avançasse para eleições, estas seriam rejeitadas pela oposição.

"Estados Unidos querem impor à Venezuela um Pinochet"
Notícias ao Minuto

16:30 - 08/02/19 por Fábio Nunes

Mundo Nicolás Maduro

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, fez várias críticas à oposição liderada pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, à União Europeia e aos Estados Unidos durante uma conferência de imprensa esta sexta-feira.

Para além de ter visado Bruxelas e Federica Mogherini, a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Maduro também fez um apelo para que a União Europeia dê "uma oportunidade para a paz" na Venezuela.

"Nós dissemos à União Europeia sempre: vocês não conseguem ouvir a verdade da Venezuela, vocês estão surdos perante a revolução democrática venezuelana", sublinhou o líder venezuelano. "O vosso guião é o da direita-extrema. A União Europeia está condenada. A Federica Mogherini está condenada se continuar a obedecer à extrema-direita venezuelana"

De seguida até recordou uma das célebres músicas de John Lennon, 'Give Peace a Chance'. "Como dizia na sua música: ‘Só pedimos uma oportunidade para a paz’. Daqui da Venezuela pedimos à União Europeia para darem uma oportunidade para a paz e para ouvirem-nos. Oiçam a verdade"

Mostrou-se disponível para o diálogo com o grupo de contacto da União Europeia e até com a oposição, mas destaca que esse "diálogo tem de ser feito com uma agenda aberta. Não pode ser feito para impor condições ao país e tem de respeitar a constituição. Tem de ser um diálogo de todo o país".

Mas apesar dessa disposição para dialogar, Nicolás Maduro afasta um cenário de eleições escudando-se nas prioridades para o país nesta altura. 

"Quais são as prioridades dos venezuelanos? Fazer eleições? Creio que não. Essa é a minha convicção. A prioridade é a recuperação da economia, a sua estabilidade. O crescimento da economia, acima de qualquer coisa. A segunda grande prioridade é a paz. Com soberania, com igualdade, com liberdade", salientou.

Maduro considera "a estabilidade institucional e política" como a sua terceira prioridade e só admite eleições para a Assembleia Nacional.

"O único órgão que não está legitimado eleitoralmente é a Assembleia Nacional e por isso ratifico a ideia de que são precisas eleições para esse órgão. Quero que o povo vote por uma nova Assembleia Nacional, que supere o pântano em que estas pessoas deixaram o país. Entregaram a Assembleia Nacional a interesses estrangeiros, ao império norte-americano", atirou o presidente venezuelano. 

Oposição não quer eleições

Recorda que está no poder por um "ato legítimo, de vontade popular" e que, se fossem propostas eleições presidenciais à oposição, seriam rejeitadas. 

"Esta oposição não quer eleições. Se disséssemos ‘Vamos a eleições em noventa dias’, eles iriam inventar mil coisas para que isso não acontecesse (...) Eles querem é assaltar o poder, fazer um golpe de Estado e apoderarem-se do governo com as forças estrangeiras", disparou Nicolás Maduro. 

O sucessor de Hugo Chávez referiu ainda que os Estados Unidos querem repetir o que fizeram no passado no Chile. "Eles querem impor à Venezuela um Pinochet".

[Notícia atualizada às 17h28]

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