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Aos domingos em Israel há notícias positivas para ajudar Netanyahu

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que procura a reeleição em abril, conta a partir de domingo com um vídeo semanal de notícias positivas para ajudar a sua campanha ensombrada pelos casos de alegada corrupção.

Aos domingos em Israel há notícias positivas para ajudar Netanyahu
Notícias ao Minuto

16:30 - 08/02/19 por Lusa

Mundo Notícias

Netanyahu anunciou que o vídeo, disponível na página do seu partido Likud na rede social Facebook e que visa combater a indústria de "notícias falsas", vai "cobrir apenas a realidade" que ele próprio continuará "a garantir que seja positiva".

O chefe do governo de Israel tem há muito uma relação conflituosa com a comunicação social e dois dos casos de alegada corrupção em que está envolvido têm a ver com uma cobertura favorável por parte de jornais.

Dificuldades na relação com os 'media' tem também o aliado que parece ter inspirado aquele vídeo semanal e que aparece a seu lado em cartazes espalhados por várias cidades israelitas, o Presidente norte-americano, Donald Trump.

Nos Estados Unidos já existe o "Real News Update", uma transmissão vídeo semanal apresentada pela nora do chefe de Estado e que tenta contrabalançar o que a administração considera uma comunicação social oposicionista.

Nos cartazes de campanha, Netanyahu e Trump sorridentes dão um aperto de mão e o slogan indica: "Netanyahu. Um campeonato diferente".

Trump, popular em Israel muito devido ao reconhecimento de Jerusalém como capital do Estado hebreu, partilhou a imagem do cartaz na rede social Instagram e deverá receber Netanyahu em Washington numa visita de Estado pouco antes das eleições israelitas de 9 de abril.

Num dos vídeos de campanha divulgado pelo Likud (direita) pode ver-se o Presidente norte-americano a congratular-se pela abertura da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém e ouve-se a frase: "Diziam que era impossível... Netanyahu, um campeonato diferente".

No poder há quase 10 anos, Netanyahu é de acordo com as sondagens o mais bem colocado para formar uma coligação governamental após as legislativas antecipadas, mas é uma incógnita o impacto que poderá ter o desenvolvimento dos casos de alegada corrupção.

A polícia israelita recomendou que Netanyahu seja acusado em três casos de corrupção e o procurador-geral de Israel pode anunciar a sua decisão em breve.

A última recomendação foi divulgada pela polícia no início de dezembro e, segundo numerosos comentadores políticos, o primeiro-ministro pressionou para que as eleições fossem antecipadas sete meses considerando que estaria em melhor posição para combater uma eventual acusação se tivesse acabado de ser reeleito.

No designado "caso 4000", o último no qual a polícia recomenda a sua acusação, Netanyahu é suspeito de ter beneficiado Shaul Elovich, o principal acionista da maior empresa de telecomunicações de Israel, a Bezeq, em troca de uma cobertura favorável no portal de informação Walla, propriedade da Bezeq.

Os casos anteriores são conhecidos como "1000" e "2000". No primeiro, Netanyahu, assim como a sua mulher Sara e o filho Yaur são suspeitos de terem recebido benefícios e presentes avaliados em centenas de milhares de euros de vários milionários, como o produtor de Hollywood israelita Arnon Milchan, em troca de ajuda em várias questões.

O "caso 2000" é sobre um alegado acordo secreto entre Netanyahu e Arnon Mozes, editor do jornal diário Yedioth Ahronoth. O primeiro-ministro criaria dificuldades ao jornal Israel Hayom, rival do Yedioth Ahronoth, em troca de uma cobertura mais favorável por parte deste.

De acordo com a lei israelita, mesmo se o procurador-geral decidir acusar o primeiro-ministro, Netanyahu não é obrigado a demitir-se. Mas analistas notam que a pressão política será muito forte e obrigará qualquer nova coligação a refletir sobre se o mantém ou não como líder.

O primeiro-ministro de Israel já considerou "absurda" a possibilidade de o Ministério Público apresentar uma acusação contra si antes das eleições.

Num vídeo divulgado nas redes sociais no início de janeiro, Netanyahu disse que "os 'media' e os manifestantes de esquerda" vêm exercendo há anos "uma pressão brutal e desumana sobre o procurador-geral, para que houvesse uma acusação" contra si "a qualquer custo, mesmo quando não há nada para provar".

O primeiro-ministro israelita, que tem negado sempre o seu envolvimento naqueles casos, insistiu que "não haverá nada porque não houve nada".

Se vencer as eleições, Benjamin Netanyahu poderá ultrapassar o recorde do pai fundador do Estado de Israel, David Ben Gurion, que esteve 13 anos à frente do governo.

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