Pai de siamesas vive drama para tentar salvar uma ou as duas filhas
Há dois anos e oito meses que este pai procura uma solução.
© Reprodução BBC
Mundo Senegal
Quando Ibrahima soube que ia ser pai pela terceira vez, fruto do seu segundo casamento, jamais imaginaria o que estava por vir.
O casal cedo descobriu que se tratava de uma menina, mas pensava ser "só uma", como conta o sengalês à BBC.
Tudo decorria com normalidade, até que momentos antes do parto, decidiu-se que seria melhor fazer uma cesariana, dado que o seu ventre estava muito grande. O parto foi bem sucedido, mas, no final, Ibrahima foi chamado: a sua mulher tinha dado à luz gémeas siamesas.
“Eu não conseguia compreender. Estava em silêncio, a tentar perceber como é que os médicos não tinham notado isso. Estava irritado com as pessoas que haviam feito os exames. Mal conseguia falar, só chorava, chutava as coisas e sentia raiva de Deus”, desabafa Ibrahima, que revela que teve de lutar contra muitos preconceitos.
O quadro clínico das meninas era delicado e descobriu-se que cada uma delas tinha um cérebro saudável, com coração e pulmões próprios. Mas as duas partilhavam uma bexiga e um fígado. E embora cada uma tenha um estômago, estão unidos e, no total, têm três rins.
Ao longo dos últimos anos, o homem tem feito tudo o que está ao seu alcance para encontrar uma solução que permita às filhas separarem-se, tendo pedido ajuda em França, no Reino Unido e agora no País de Gales.
A cada mês que passa, o coração de Marieme está mais e mais frágil. Ndeye é quem mantém a irmã viva, fornecendo-lhe oxigénio e nutrientes.
Funcionar por duas pessoas, no entanto, é uma situação que está a sobrecarregar o coração e o corpo de Ndeye. No ano passado, os médicos disseram ao pai que, se Marieme morrer de repente, será muito tarde para salvar a segunda menina.
Significa isto que está nas mãos deste pai - a mãe está no Senegal a tomar conta de outro filho - decidir se quer que as filhas sejam separadas, situação de grande risco, ou se as mantém unidas, e assiste ao que poderá ser a sua morte lenta.
Ibrahima não perde a esperança e diz que as "filhas são guerreiras e o mundo precisa saber disso”. E garante que vai continuar à procura de uma solução.
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