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Irão diz que observações de Trump sobre Iraque revelam "mentiras" dos EUA
O Presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse hoje que os desejos de Presidente dos EUA, Donald Trump, em manter forças militares norte-americanas no Iraque para vigiarem o vizinho Irão expôs as "mentiras" dos Estados Unidos sobre o combate ao terrorismo.
© Reuters
Mundo Hassan Rohani
Em recente entrevista ao programa da CBS News "Face The Nation", Trump disse que os Estados Unidos possuem uma "incrível base" no Iraque que pretendem manter por querer "ter a capacidade de vigiar o Irão".
Ao dirigir-se a Trump num comentário divulgado pelos 'media' oficiais, Rouhani não evitou o sarcasmo: "Diz que está no Iraque para vigiar o Irão, enquanto antes dizia que estava aí para combater o terrorismo. É excelente que assim se exprima de si próprio e de forma tão honesta!".
"Está no Afeganistão com o mesmo objetivo", adiantou Rouhani, acrescentando: "Pretende vigiar, seja o Irão ou a Rússia e a China".
O desejo manifestado por Donald Trump de permanecer no Iraque "para vigiar o Irão" também suscitou a indignação de Bagdade e relançou os apelos para a retirada das tropas norte-americanas deste país do Médio Oriente.
"A Constituição iraquiana rejeita qualquer utilização do Iraque como base para atingir ou agredir um país vizinho", indicou na segunda-feira em Bagdade o Presidente do país, Barham Saleh.
"As forças americanas estão presentes nos termos da lei e no âmbito de acordos entre os dois países, qualquer ação efetuada à margem deste quadro é inaceitável", acrescentou.
Trump adotou uma "linha dura" face ao Irão, acusando-o de propagar o caos na região através dos seus aliados no Iraque e outros países.
Em 2018, retirou os EUA do histórico acordo nuclear de 2015 assinado por Teerão e potências mundiais e reimpôs as sanções económicas.
Rouhani assegurou que Washington nunca voltará a dominar o Irão da forma que ocorreu antes da Revolução Iraniana de 1979, quando o país era governado por uma monarquia apoiada pelos Estados Unidos.
Os iranianos celebram agora o 40.º aniversário da rebelião, que levou ao poder clérigos muçulmanos xiitas fortemente anti-EUA.
"Para vós, é impossível que façam regredir o Irão 40 anos. Nunca voltaremos à era do domínio americano", disse Rouhani.
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