Artista acusado de profanação por ter usado hóstias diz-se perseguido

O artista Abel Azcona faltou hoje a uma audiência num tribunal de Berga, em Barcelona, onde corre um processo por delito de profanação, por ter usado hóstias como obra de arte, mas diz estar a ser alvo de "perseguição".

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Lusa
05/02/2019 15:39 ‧ 05/02/2019 por Lusa

Mundo

Abel Azcona

O artista está a ser investigado por "possível delito de profanação, estabelecido no artigo 254 do Código Penal" espanhol, e "delito contra sentimentos religiosos", segundo a denúncia feita pela Associação de Advogados Cristãos, noticiou hoje o jornal El País.

O caso remonta a 2016, quando Abel Azcona, nascido em Pamplona, em 1988, realizou uma performance durante a qual escreveu a palavra "pederastia" usando hóstias consagradas no chão da antiga capela do convento de Cal Rosal, convertido em centro de criação artística.

O artista justificou que a performance tinha como objetivo denunciar os inúmeros casos de abusos sexuais de menores perpetrados por padres da Igreja Católica em todo o mundo.

Depois da performance, a associação fez queixa na justiça e foi aberto um processo, tendo o juiz de instrução marcado a audiência de Abel Azcona para hoje.

O artista já tinha sido alvo da mesma queixa em Pamplona, onde realizou idêntica performance, mas o processo tinha sido arquivado, tendo o juiz justificado que "a obra exposta não constituía escárnio ou vexação".

Segundo o El País, Abel Azcona enviou uma carta ao juiz de instrução do processo em Berga, justificando que decidiu faltar à audiência por se sentir perseguido como artista, no seu direito à liberdade de expressão.

"A desobediência está intimamente ligada à liberdade, de modo que, uma pessoa pode chegar a ser livre mediante atos de desobediência, aprendendo a dizer não ao poder, ou às formas de violência que precarizam a sua existência", escreveu o artista na carta publicada hoje pelo periódico espanhol.

Quando foi dado andamento ao caso na justiça em Berga, a presidente da pela Associação de Advogados Cristãos, Polonia Castellanos, mostrou-se satisfeita, justificando a denúncia com a necessidade de "velar para que este tipo de ações não fique impune".

"Os ataques de profanação, ataque ou ofensa aos cristãos que não têm nenhum tipo de condenação são muito perigosos, porque criam um clima propício aos delitos de ódio", sustentou.

O artista anunciou que em março irá começar uma digressão por vários países da América Latina para apresentar as suas obras.

 

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