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Militares foram o principal destino das mensagens de Maduro e de Guaidó

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, levaram hoje milhares de venezuelanos às ruas de Caracas, centrando ambos parte dos seus discursos em enviar mensagens às Forças Armadas do país.

Militares foram o principal destino das mensagens de Maduro e de Guaidó
Notícias ao Minuto

22:41 - 02/02/19 por Lusa

Mundo Venezuela

Nicolás Maduro insistiu na necessidade de lealdade dos militares ao chefe de Estado, enquanto o seu opositor garantiu uma amnistia aos oficiais que apoiem a luta da oposição para mudar o regime político em vigor.

"As Forças Armadas são a coluna vertebral, central, da união nacional, da democracia venezuelana. As Forças Armadas têm que forjar-se cada dia na união, lealdade, na disciplina. Se a Venezuela quer futuro, paz, democracia, devemos preservar a fortaleza da união das Forças Armadas Bolivarianas", disse Nicolás Maduro.

O Presidente da Venezuela falava para milhares de simpatizantes, na avenida Bolívar de Caracas, que se concentraram para assinalar o 20.º aniversário da revolução bolivariana, apoiar o chefe de Estado e condenar a ingerência externa nos assuntos internos do país.

"Dei a ordem ao Estado-Maior Superior e faço um chamado aos milicianos, sobretudo à juventude, para que se incorporem como soldados ativos ao Exército venezuelano", disse Maduro, que apelou à população para participar nos exercícios militares evocativos do bicentenário do Congresso de Angustura, entre 10 e 15 de fevereiro.

O chefe de Estado disse ainda que ordenou também à Guarda Nacional (polícia militar) que incorpore, nas suas fileiras, entre 20.000 e 30.000 homens e mulheres e que as vagas que estiverem disponíveis sejam destinadas aos milicianos.

Por outro lado, voltou a acusar os EUA de levar a cabo um golpe de Estado contra o seu governo, com o apoio da Colômbia e do Brasil.

Durante a sua intervenção mostrou apoio a uma proposta em análise pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do seu regime) para antecipar para este ano as eleições parlamentares previstas para finais de 2020.

Entretanto, no leste de Caracas, e perante milhares de cidadãos, o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, dedicou também parte da sua mensagem aos militares venezuelanos, que questionou se vão ou não defender a Constituição venezuelana.

"Soldado da pátria, o teu papel é a reconstrução da Venezuela e defender os venezuelanos. Não dizemos apenas que respeitem a Constituição, estamos exigindo que não disparem contra os cidadãos", afirmou.

Segundo Guaidó, "chegou a hora" de os militares fixarem posição em relação à situação política venezuelana "e de estarem do lado do povo", vincando que os que o fizerem vão ser beneficiados por uma amnistia.

Guaidó frisou ainda que "não há risco" e que os venezuelanos não temem uma guerra civil no país, onde prevê que rapidamente haja um governo de transição.

O autoproclamado Presidente interino anunciou ainda uma grande manifestação para 12 de fevereiro e a criação de três centros de acolhimento para ajuda humanitária: um na Colômbia, outro no Brasil e o terceiro numa ilha das Caraíbas.

Dirigindo-se aos militares, questionou-os se vão permitir a entrega de ajuda humanitária no país e defender a Constituição venezuelana.

A oposição não reconhece o Presidente Nicolás Maduro como chefe de Estado e acusa-o de usurpar o poder, insistindo que as eleições presidenciais antecipadas de 20 de maio de 2018 decorreram de maneira irregular.

A crise política na Venezuela soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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