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Guerra civil? "Não há medo. A Venezuela e o mundo querem que o país mude"

O autoproclamado presidente interino da Venezuela falou perante milhares de manifestantes na capital venezuelana.

Guerra civil? "Não há medo. A Venezuela e o mundo querem que o país mude"
Notícias ao Minuto

17:32 - 02/02/19 por Sara Gouveia com Lusa

Mundo Venezuela

Num dia marcado por vários protestos contra Nicolás Maduro e a favor de eleições livres na Venezuela, em várias cidades de vários países, Juan Guaidó discursa para uma multidão em Caracas.

Com uma voz rouca, o autoproclamado presidente interino, prometeu mudar a Venezuela e apelou a que se continue "nas ruas até que a liberdade seja alcançada".

"A 15 de janeiro declarámos a usurpação de Maduro. A Assembleia [Nacional] assumiu as competências. Pedimos a 46 países do mundo que congelassem os ativos da Venezuela, para proteger o nosso dinheiro, não vão continuar a roubar-nos", recordou.

"Disseram que há um suposto bloqueio, que isso pode gerar fome. Disseram muitas coisas. Mas eu pergunto: Hoje não há fome na Venezuela? Não falta o gás em todos os recantos do país? Hoje não chega a água em todos sítios do país?", questionou, acrescentando que, na verdade, o "pior bloqueio do país é o homem de Miraflores [palácio de Governo]", aludindo a Maduro.

Guaidó continuou a explicar a importância de congelar os bens venezuelanos, para que estes sejam convertidos em ajuda humanitária e reforçou a ideia de "proteger o dinheiro do povo" para que seja investido "em ajuda humanitária, em medicamentos, para conter a emergência de saúde, para reativar o nosso tecido produtivo". "Por isso não, não vão continuar a pôr as mãos no dinheiro da Venezuela”, insistiu. 

Referindo-se ao dia 23 de janeiro, quando se autoproclamou presidente interino do país, reforçou: "Hoje ratificamos o juramento de continuar até alcançarmos a liberdade na Venezuela".

"Já conseguimos 20 milhões de dólares de apoio e já temos três centros de ajuda humanitária, em Cúcuta, na Colômbia, um no Brasil e outro numa ilha do Caribe e entrará por mar", revelou, dando conta de que essa ajuda vai começar a ser prestada nos próximos dias, pois há "250 a 300 mil venezuelanos em risco de morte". Após o anúncio, Guaidó deixou o apelo: "E você soldado, capitão, tenente, coronel, major, capitão de navio terá nas suas mãos a decisão de que essa ajuda humanitária entre e esteja a salvo".

Sobre o medo internacional de um banho de sangue ou de uma guerra civil durante este impasse dos dois presidentes no país, o presidente interino disse: "Quiseram pensar que nos iam deter com intimidação, no mundo perguntam se não temos medo de uma guerra civil e é importante que o mundo escute e saiba porque é que não há medo, porque 90% da Venezuela e do mundo querem que o país mude", atirou.

"Aqui, hoje, está a resposta à intimidação de um povo que já não tem medo e mudou a incerteza pela certeza", acrescentou. Por outro lado, explicou que "nas próximas horas" também se garantirá muito mais apoio da União Europeia", disse.

Segundo Juan Guaidó, os venezuelanos iniciaram "o mês que é determinante para a nossa (dos venezuelanos) liberdade e também para os nossos presos políticos. Voltamos a sorrir de novo com o sonho de uma Venezuela livre e isso está cada vez mais perto".

"Miraflores [palácio de Governo] está cada vez mais só, mas logo chegaremos aí, a um governo de transição e a eleições livres", frisou.

Antes de terminar, Guaidó pediu aos venezuelanos para levantarem a mão direita e jurarem que continuarão a lutar pela liberdade do país. "Nós, venezuelanos, comprometidos com a Venezuela, com a justiça social, juramos manter-nos nas ruas até conseguir o fim da usurpação, o governo de transição e eleições livres", rematou.

[Notícia atualizada às 17h50]

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