ONU exige acesso humanitário ao leste da Síria para ajudar deslocados
A ONU exigiu hoje um acesso humanitário ao leste da Síria para ajudar os deslocados que fogem do enclave de Hajine, a última bolsa do grupo extremista Estado Islâmico na província de Deir Ezzor.
© Reuters
Mundo Guerra
Há duas semanas, "os atores humanitários pediram coletivamente às forças que controlam a zona", as Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas por Washington, "para designarem um local de trânsito na estrada de Al-Hol para que possa ser fornecida assistência vital" àquelas pessoas, declarou um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Andrej Mahecic.
Mas "o pedido continua sem resposta", lamentou.
Com o apoio de uma coligação internacional liderada por Washington, os combatentes curdos e árabes das FDS lançaram em setembro uma ofensiva contra o último bastião do grupo 'jihadista' Estado Islâmico no leste do país e conquistaram a grande maioria do setor.
Nas últimas semanas, milhares de pessoas fugiram dos combates.
Após a escalada dos combates em Hajine no início de dezembro, mais de 23.000 pessoas fugiram em direção a Al-Hol, "mais de 10.000 durante a última semana", por vezes depois de passarem várias noites no deserto em condições climáticas difíceis, sem água ou alimentos, segundo o ACNUR.
Pelo menos 29 crianças morreram em dois meses, principalmente de hipotermia, segundo a ONU.
A maioria dos deslocados são mulheres e crianças e o porta-voz do ACNUR assinalou que os centros de saúde da cidade de Hassaké, para onde são transferidas as crianças que chegam a Al-Hol num estado crítico, estão "sobrecarregados" devido ao número de crianças que sofrem de má nutrição severa aguda.
Num comunicado, o ACNUR, que se encontra no campo de Al-Hol, declara-se também "preocupado" com o facto de as FDS "confiscarem os documentos de identidade" dos deslocados à sua chegada.
Desencadeada em 2011, a guerra da Síria causou mais de 360.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.
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