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Condenado à morte motorista da app chinesa Didi que matou passageira
O motorista da aplicação chinesa de transporte privado Didi que matou uma passageira em agosto passado foi condenado à morte, num caso que suscitou preocupações no país sobre aquele tipo de serviço.
© Reuters
Mundo China
O Tribunal Intermédio da cidade de Wenzhou, leste da China, condenou Zhong Yuan à pena capital, por roubo, violação e homicídio.
O tribunal revelou que Zhong, de 28 anos, começou a trabalhar para o Didi, equivalente à Uber, depois de ter acumulado dívidas em jogos de azar, que esperava saldar através do roubo de passageiros.
Na sequência daquele caso, a empresa demitiu dois executivos e suspendeu temporariamente parte dos seus serviços.
O Didi é responsável por uma média diária de 30 milhões de viagens em toda a China.
A vítima, uma mulher de 19 anos, desapareceu durante uma viagem num carro privado, na cidade de Wenzhou.
A mulher ainda enviou uma mensagem a amigos a pedir ajuda, mas acabou por ser violada e assassinada pelo condutor do veículo, que foi depois detido pela polícia e confessou a autoria dos crimes.
A empresa assegurou que o condutor não tinha antecedentes penais, mas usava uma matrícula falsa quando cometeu o crime.
Segundo o tribunal, Zhou tentou assaltar um passageiro, no dia anterior a ter cometido o crime, mas a empresa não reagiu, apesar de ter sido informada.
Em maio passado, um caso semelhante resultou no assassinato de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro da China.
Já em 2016, uma mulher de 24 anos foi assaltada e morta por um motorista registado no Didi. Neste caso, o homem utilizou a sua carta de condução e bilhete de identidade para se registar na plataforma, mas utilizava também uma matrícula falsa no automóvel.
Os casos levaram as autoridades chinesas a acusar a empresa de "grandes lacunas administrativas e riscos para a segurança", exigindo uma retificação integral do serviço.
Considerada uma das "start-ups" mais bem-sucedidas da China, a empresa adotou uma estratégia de expansão internacional, no ano passado, que incluiu a aquisição de parte da brasileira 99Taxis.
No final de 2017, o Didi estava avaliado em 56.000 milhões de dólares (48.170 milhões de euros).
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