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Rússia alerta que persiste o risco de um conflito armado na Venezuela

A Rússia advertiu hoje que persiste o risco de um "grande conflito armado" na Venezuela e expressou a sua disposição em participar num mecanismo de mediação para superar a crise naquele país.

Rússia alerta que persiste o risco de um conflito armado na Venezuela
Notícias ao Minuto

11:05 - 31/01/19 por Lusa

Mundo Maria Zakharova

"Infelizmente, não se pode dizer que o perigo de um grande conflito armado (na Venezuela) tenha desaparecido", indicou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, em conferência de imprensa.

Segundo a porta-voz, a Rússia "está disposta a aderir a mecanismos de mediação ou consultas que sejam aceitáveis para os partidos venezuelanos".

"Congratulamo-nos com a disposição do Presidente da Venezuela (Nicolás Maduro) para aceitar esforços internacionais nesse sentido", acrescentou.

Maria Zakharova denunciou que o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, "chama abertamente as Forças Armadas venezuelanas para fazerem um golpe de Estado".

"Observamos que os apoiantes ocidentais (da oposição venezuelana) incentivam publicamente e por todos os meios essa linha destrutiva. Parece que Washington não tem limites", realçou.

Zakharova alertou que as sanções que os Estado Unidos pretendem aplicar ao setor petrolífero venezuelano representam "um caminho direto para a catástrofe, inclusive ecológica".

"Essa catástrofe é capaz de provocar danos irreparáveis para a vida e desenvolvimento de outros países da região", salientou.

Para a porta-voz russa, a ação dos Estados Unidos "lembra um grande ato de sabotagem que abarca não só a dimensão política e que causa um dano geopolítico a nível internacional".

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A União Europeia fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias, findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional, maioritariamente da oposição, para liderar o processo eleitoral.

A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou 35 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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