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Venezuela: Rússia disposta a participar em mediação internacional

A Rússia está pronta para participar em "formatos internacionais" de mediação para tentar resolver a atual situação na Venezuela, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov.

Venezuela: Rússia disposta a participar em mediação internacional
Notícias ao Minuto

14:35 - 30/01/19 por Lusa

Mundo Crise política

"Estamos prontos para participar nos esforços internacionais (de mediação) em formatos que sejam aceitáveis às partes venezuelanas" em confronto, disse o chefe da diplomacia russa numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo iraquiano, Mohamed Ali al-Hakim.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje à agência de notícias russa RIA Novosti que está disposto a sentar-se com a oposição para dialogar com uma agenda aberta, sobre a "paz e o futuro" do país.

Maduro também disse que atualmente existem conversações neste sentido e espera que "haja bons resultados nas próximas horas", já que vários governos lançaram a ideia de um diálogo, como o México, Uruguai, Bolívia, o Vaticano e a Rússia, entre outros.

Lavrov sublinhou que qualquer iniciativa de mediação deve ser "imparcial" e deve unir "uma ampla gama de atores internacionais que tenham tanta influência sobre o governo como sobre a oposição".

"Desejamos realmente ajudar a criar as condições para o diálogo entre o governo e a oposição e estamos abordando a questão com os nossos parceiros venezuelanos, com a China e países da latino-americanos e europeus", acrescentou Lavrov.

O porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, afirmou hoje em conferência de imprensa que, até agora, Moscovo não recebeu propostas concretas do Presidente Maduro sobre este assunto.

Lavrov saudou a disposição do Presidente venezuelano "em aceitar os esforços (de mediação) internacional" e exortou a oposição a "mostrar uma abordagem igual construtiva", a "retirar ultimatos" e "agir de forma independente" no interesse dos venezuelanos.

"Até agora todas as iniciativas (de mediação) encontraram recusas categóricas, com a rejeição dos líderes da oposição de estabelecer qualquer diálogo", disse o ministro russo, referindo ainda que "o Ocidente os encoraja publicamente a tomar essa posição destrutiva".

Além disso, a Rússia qualificou de "boatos" as declarações de José Guerra, deputado da Assembleia Nacional, sobre supostas tentativas em Caracas de extrair 20 toneladas de ouro do Banco Central da Venezuela e transportá-lo para a Rússia num avião que chegou ao país a partir de Moscovo, segundo o jornal "El Nacional".

"Eu não sei nada sobre isso", disse Lavrov, quando questionado se um Boeing da companhia aérea russa Nordwind teria voado para a Venezuela, acrescentando que "temos de ter cuidado com boatos que estão a circular".

As declarações de Nicolás Maduro à RIA Novosti surgem em plena crise política, que se agravou em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Maduro.

A autoproclamação de Juan Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos, depois de ter prometido formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, de 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A UE fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias, findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.

A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana causou 35 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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