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Maduro disposto a negociar "em prol da paz e do futuro da Venezuela"

Nicolas Maduro fez saber que estará disposto a negociar com a oposição.

Maduro disposto a negociar "em prol da paz e do futuro da Venezuela"
Notícias ao Minuto

07:26 - 30/01/19 por Filipa Matias Pereira com Lusa

Mundo Crise política

Nicólas Maduro está disposto a negociar com a oposição. A informação é avançada pela Associated Press, que cita a imprensa russa. Maduro diz ser a favor de eleições legislativas antecipadas para acabar com a crise política do país, mas recusou a hipóteses de novo escrutínio presidencial.

As declarações de Maduro em entrevista à agência de notícias estatal russa RIA Novosti surgem numa altura em que se vive na Venezuela uma crise política. 

Recorde-se que, na semana passada, Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino do país e apelou a que os cidadãos desafiem Maduro com greves. 

Nicólas Maduro disse, inclusive, à RIA Novosti que está "disposto a sentar-se para conversações com a oposição em prol da paz e do futuro da Venezuela". As negociações, referiu ainda, podem ser realizadas com a mediação de outros países. A Rússia, saliente-se, é um dos maiores apoiantes de Maduro e ofereceu-se para mediar a negociação. 

"Seria muito bom realizar eleições parlamentares mais cedo, seria uma boa forma de discussão política, uma boa solução pelo voto popular", disse Nicolás Maduro, no dia em que estão previstos protestos convocados por Juan Gaidó. Maduro, contudo, rejeita a hipótese de uma nova eleição presidencial. "As eleições presidenciais ocorreram há menos de um ano, há dez meses", sublinhou.

"Não aceitamos os ultimatos de ninguém no mundo, não aceitamos chantagens. As eleições presidenciais tiveram lugar na Venezuela e, se os imperialistas querem novas eleições, devem esperar por 2025", avisou.

Já na segunda-feira, num encontro no palácio presidencial de Miraflores, com diplomatas que regressaram de diferentes sedes consulares e da embaixada venezuelana nos EUA, Maduro expressou a sua disponibilidade para negociar com a oposição.

"Estou pronto, uma vez mais, para onde for, iniciar uma ronda de conversações, diálogo, negociações, com toda a oposição venezuelana, com um só objetivo: a paz, o entendimento e o reconhecimento mútuo", disse, então.

Hoje, as palavras de Maduro são tornadas públicas precisamente no dia em que Guaidó convocou os venezuelanos para realizarem ações de protesto nos escritórios, casas, postos de trabalho e transportes públicos.

Através de um vídeo que publicou na sexta-feira na rede social Twitter, Juan Guaidó convocou uma grande manifestação para hoje e para o próximo sábado, apelando aos venezuelanos para realizarem as ações de protesto, entre as 12h00 e as 14h00 horas locais (entre as 16h00 e as 18h00 horas em Lisboa).

A autoproclamação de Juan Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos, depois de ter prometido formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, de 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A UE fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias, findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.

A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana causou 35 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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