"A partir de hoje, os Estados Unidos começaram a aplicar os Protocolos de Proteção dos Migrantes. Esta ação é uma resposta à crise de migração ilegal com a qual os Estados Unidos se confrontam na sua fronteira sul", escreveu a embaixada em comunicado.
Nos termos destes protocolos, recordou a representação diplomática, migrantes entrados ilegalmente nos Estados Unidos da América "poderão ser deportados para o México durante o período de decurso do seu processo migratório".
Um primeiro migrante, Katarlo Gómez Cardomo, que entrou em território norte-americano proveniente das Honduras, foi hoje transportado para o lado mexicano da fronteira, constatou um jornalista da agência noticiosa francesa AFP em Tijuana, cidade do noroeste do México fronteiriça com San Diego, na Califórnia.
As autoridades migratórias mexicanas tomaram-no a seu cargo e levaram-no para um centro de acolhimento.
O Governo mexicano tinha declarado na semana passada que "desaprovava" esta medida unilateral dos Estados Unidos, mas que acolheria os migrantes por "razões humanitárias".
Anunciado em dezembro, o plano "Ficar no México", do Presidente norte-americano Donald Trump, foi vivamente criticado dos dois lados da fronteira.
A nova política "é não só ilegal, como poderá ter consequências catastróficas para aqueles que desejam iniciar o processo de asilo nos Estados Unidos, um direito inscrito no direito nacional e internacional", sublinhou Katie Shepherd, uma advogada da associação de ajuda jurídica aos imigrantes American Immigration Council, citada pela AFP.
Os migrantes são, além disso, expostos a todos os tipos de violência nas zonas fronteiriças do lado mexicano, referiu a advogada.
Na semana passada, o Presidente norte-americano desistiu provisoriamente do financiamento para o seu muro na fronteira com o México, destinado a acabar com a imigração ilegal procedente do sul, para poder sair do 'shutdown', a mais longa paralisação parcial de agências da administração federal da história dos Estados Unidos.