Deputado crítico de Bolsonaro abandona mandato e país sob ameaça de morte
Deputado federal não tomará posse para o seu terceiro mandato e abandona o país devido ao intensificar das ameaças contra a sua vida.
© Reuters
Mundo Brasil
Jean Wyllys, deputado federal eleito pela terceira vez consecutiva pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no Rio de Janeiro, abdicou do mandato para poder deixar o Brasil, devido a ameaças de morte contra a sua pessoa.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o parlamentar indicou que se vai dedicar à vida académica e que não regressará ao seu país de origem. O seu cargo será ocupado por David Miranda, atualmente vereador no Rio de Janeiro.
Wyllys, sublinhe-se, estava sob proteção policial desde o assassinato de Marielle Franco, militante do mesmo partido, em março do ano passado. O deputado, homossexual assumido, já recebia ameaças de morte antes de a vereadora ter sido abatida a tiro e estas foram-se intensificando ao longo dos últimos meses.
“Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé”, escreveu esta quinta-feira, nas redes sociais.
Antes tinha publicado uma compilação de exemplos de ameaças que foi recebendo e que contribuíram para esta decisão pelo abandono da vida política e exílio.
Ameaças e difamações orquestradas, especialmente em redes sociais, são reais e não podem ser simplesmente ignoradas, ou, como pede o senso comum, rotuladas como "vitimismo". O discurso de ódio não pode ser minimizado. Ele é potencialmente assassino e tem produzido suas vítimas! pic.twitter.com/YKxo8YHG2R
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) 9 de abril de 2018
Na mesma entrevista à publicação brasileira, Jean Wyllys fala sobre as últimas evoluções da investigação à morte de Marielle e revela que se sente apavorado por “saber que o filho do presidente contratou para o seu gabinete a esposa e a mãe do sicário [assassino a soldo]”.
Wyllys refere-se aos familiares de um antigo agente da Polícia Militar suspeito de envolvimento na morte de Marielle que foram contratados por Flávio Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, durante o seu mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
A família Bolsonaro acorreu às redes sociais, após a divulgação da notícia, para reagir. Enquanto Carlos Bolsonaro foi mais direto na sua mensagem, Jair Bolsonaro fez uma publicação ambígua ("Grande dia"), que mais tarde esclareceu ser sobre outra temática.
Vá com Deus e seja feliz!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) 24 de janeiro de 2019
Fake News! Referi-me à missão concluída, reuniões produtivas com Chefes de Estado, voltando ao país que amo, Bolsa batendo novo recorde na casa dos 97.000 e confiança no nosso país sendo restabelecida, isso faz de hoje um grande dia! pic.twitter.com/llfyib2RKC
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 24 de janeiro de 2019
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