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Paris e Berlim vão lutar por lugar permanente da Alemanha na ONU

França e a Alemanha vão lutar por um assento permanente da Alemanha no Conselho de Segurança da ONU, asseguraram hoje em Lisboa os embaixadores dos dois países.

Paris e Berlim vão lutar por lugar permanente da Alemanha na ONU
Notícias ao Minuto

20:14 - 23/01/19 por Lusa

Mundo Embaixadores

"O que foi acordado foi continuar a lutar por um lugar permanente da Alemanha no Conselho de Segurança", disse o embaixador francês, Jean-Michel Casa, num encontro com a imprensa sobre o novo tratado de cooperação franco-alemã assinado na terça-feira.

"É uma prioridade da diplomacia franco-alemã", acrescentou, citando o Tratado de Aix-la-Chapelle (Aachen, em alemão).

Cristoph Weil, embaixador da Alemanha em Lisboa, frisou que o objetivo de ambos os países é "estarem os dois" naquele órgão e não, como foi sugerido por políticos alemães, que França ceda o seu assento à União Europeia (UE).

O embaixador alemão apontou aliás como "um tremendo passo em frente", a decisão de, numa altura em que a Alemanha é, desde 01 de janeiro, membro não-permanente do Conselho de Segurança, Paris e Berlim unirem as respetivas presidências daquele órgão, França em março, a Alemanha em abril, em presidências conjuntas.

França é, com o Reino Unido, os Estados Unidos, a Rússia e a China, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - os que têm direito de veto - desde que este órgão foi criado, em 1945, na sequência da II Guerra Mundial.

Depois do 'Brexit', a França será o único país da UE com um assento permanente.

Além dos cinco membros permanentes, o Conselho é constituído por dez membros não-permanentes, escolhidos por um período de dois anos. A Alemanha é membro não-permanente desde 1 de janeiro de 2019.

No Tratado de Aix-la-Chapelle, Paris e Berlim comprometem-se a "coordenar posições" no Conselho de uma forma "consistente com as posições e os interesses da UE".

Jean-Michel Casa e Cristoph Weil frisaram que o novo tratado de cooperação visa ser "um modelo de integração" para uma UE que se confronta com um contexto estratégico mundial "de incerteza".

"A ideia não é sermos os líderes da UE, pelo contrário, é servirmos de modelo a uma maior integração europeia", explicou Casa.

"Colocar a nossa amizade ao serviço da UE", concordou Weil, acrescentando que o pacto "também é uma resposta aos populismos e nacionalismos" ao afirmar "o compromisso dos dois países com o multilateralismo".

Às questões sobre várias divergências entre os dois países que dificultam objetivos estabelecidos no tratado -- harmonização fiscal, exército europeu, entre outros -, os embaixadores frisaram que se trata de uma visão estratégica que, enquanto tal, define objetivos para os quais os dois países vão trabalhar e que não são imediatos.

Tanto Casa como Weil rejeitaram por outro lado a alegação de que a chanceler Angela Merkel, que abandonou a liderança do seu partido em dezembro, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, que se confronta com uma crise social, pretendem, com este pacto, "dar um sinal de vida".

"Os tratados são feitos entre Estados ou entre povos, cabe depois aos políticos implementá-los", disse Weil, acrescentando não levar essas críticas "muito a sério".

"Quando o Presidente Macron anunciou este tratado, Merkel era candidata a chanceler e Macron estava no auge da popularidade. Com este tratado assumiram a sua responsabilidade como estadistas [e] tenho a certeza que ele vai ser importante", frisou Casa.

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