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Khashoggi: Julgamento de suspeitos envolto em segredo não tranquiliza

O julgamento dos alegados homicidas do jornalista saudita Jamal Khashoggi continua envolto em segredo, dando pouca segurança sobre a atitude das autoridades, disse hoje em Londres o investigador da organização Human Rights Watch Adam Coogle.

Khashoggi: Julgamento de suspeitos envolto em segredo não tranquiliza
Notícias ao Minuto

14:54 - 22/01/19 por Lusa

Mundo Especialista

"As autoridades sauditas não libertam muita informação. Sabemos que são 11 acusados, mas não disse quem eram, que cinco arriscam a pena de morte, e provavelmente foram acusados de homicídio. Pode ser que o julgamento seja verdadeiro, ou pode ser uma farsa", acrescentou.

Coogle, que falava num evento da organização internacional de defesa dos direitos humanos sobre as regiões do Norte de África e Médio Oriente, lamentou que o processo não esteja a ser transparente.

"Ouvi dizer que jornalistas [sauditas] foram autorizados a assistir a audiências, mas não foram autorizados a noticiar. [As autoridades] não estão a agir de uma forma que nos dê confiança sobre o caso", vincou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, declarou hoje que a Turquia está a preparar-se para dar início a uma investigação internacional sobre o caso.

A 02 de outubro, o jornalista Jamal Khashoggi, que morava nos Estados Unidos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, com o objetivo de tratar de alguns documentos para poder casar-se com uma cidadã turca.

O jornalista não voltou a sair do consulado, onde foi morto por agentes sauditas, que saíram da Turquia e retornaram à Arábia Saudita logo após o assassínio do jornalista.

A Turquia pediu à Arábia Saudita a extradição dos suspeitos e já admitira que poderia pedir uma investigação internacional sobre o caso.

Coogle referiu que as expectativas de um regime mais liberal e reformista no país que acompanharam a ascensão ao poder do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman não se concretizaram.

"O mundo ignora o número de pessoas detidas, como clérigos independentes, académicos, empresários, antigos dirigentes do regime e familiares e ativistas dos direitos das mulheres", afirmou.

No evento desta manhã, além da situação na Arábia Saudita, foram destacados também a crise humanitária no Iémen e o crescente clima de repressão no Egito como alguns dos temas de maior urgência.

O progresso dos direitos humanos em alguns países árabes e do norte de África é considerada uma das "boas notícias do ano" perante a introdução de leis na Tunísia, Marrocos e até Arábia Saudita, onde foi levantada a proibição de as mulheres conduzirem.

A Human Rights Watch lançou na semana passada a 29.ª edição do seu relatório mundial, onde analisou as práticas de direitos humanos em mais de 100 países.

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