"Não vejo questão da posse de armas como uma medida contra violência"
O vice-Presidente brasileiro, Hamilton Mourão, afirmou hoje, à Rádio Gaúcha, que o decreto que flexibiliza a posse de armas, assinado na semana passada pelo Presidente, Jair Bolsonaro, não é uma medida de combate à violência.
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Mundo Hamilton Mourão
"Eu não vejo esta questão da flexibilização da posse de armas como uma medida de combate à violência. Vejo apenas, única e exclusivamente, como o cumprimento da promessa de campanha e que vai ao encontro dos anseios de parte de eleitorado dele", afirmou Mourão, que assumiu a presidência interinamente enquanto Bolsonaro participa no Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, Suíça, entre terça e sexta-feira.
Para enfrentar a violência no país sul-americano, Mourão referiu que será o ministro da Justiça do Brasil, Sergio Moro, a combater esse prolema através de "medidas para a segurança pública" a anunciar.
O vice-presidente afirmou ainda que há requisitos a cumprir para que efetivamente o cidadão brasileiro posse obter uma arma: "Para obter porte de arma, a pessoa tem de ter condições psicológicas e condições técnicas. (...) Se a pessoa passar nestes testes, eu acho que ela estará adequada a possuir arma", assumiu.
Jair Bolsonaro assinou na passada terça-feira um decreto que flexibiliza as regras para a posse de armas de fogo.
A flexibilização da posse de armas de fogo foi uma das bandeiras da campanha eleitoral do atual chefe de Estado (Partido Social-Liberal, extrema-direita), que prometeu reforçar o combate à violência no Brasil onde, em 2017, 63.880 pessoas foram assassinadas.
O decreto em causa permite ter armas em casa a agentes públicos ativos ou reformados, militares e quem reside em áreas rurais ou em áreas urbanas com elevados índices de violência.
Proprietários de estabelecimentos comerciais ou industriais, colecionadores e caçadores registados no Comando do Exército também poderão ter armas.
Uma sondagem divulgada em 31 de dezembro pelo Instituto Datafolha indicou que 61% dos brasileiros consideram que a posse de armas de fogo deve ser proibida no país, porque pode representar uma ameaça à vida de outras pessoas.
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