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Eleitor com 165 anos e outras irregularidades marcam eleições turcas
Milhares de eleitores improváveis apareceram nos cadernos eleitorais.
© Reuters
Mundo Sufrágio
Os partidos políticos turcos alegam que apareceram milhares de eleitores improváveis nos cadernos eleitorais. Entre as irregularidades encontram-se eleitores de primeira vez com mais de 100 anos e um com 165 anos de idade. Segundo conta a BBC, os partidos da oposição revelaram ainda ter encontrado mais de mil eleitores registados numa única morada... de um apartamento.
A descoberta surge antes das eleições locais que vão decorrer em março deste ano, nas quais o partido do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o AKP (partido Justiça e Desenvolvimento), pode enfrentar o seu desafio político mais duro em anos.
A Turquia tem enfrentado uma estagnação económica nos últimos meses e o valor da sua moeda desceu relativamente há um ano. Isso tem levado à especulação de que o partido até então dominante poderia perder em várias cidades importantes, como a capital Ancara.
Os partidos Republicano do Povo (CHP, social-democrata) e o Democrático do Povo (HDP, pró-curdo), alegam que os registos de eleitores encontrados são principalmente em locais onde o AKP perdeu por um número pequeno de votos nas eleições anteriores.
Segundo o CHP há mais de seis mil eleitores registados com mais de 100 anos, alguns deles com mais idade do que a pessoa mais velha viva documentada, com 116 anos. Entre eles está Ayse Ekici de 165 anos, nascido em 1854, na altura do império Otomano e que se registou para votar pela primeira vez este ano. Ou outro, conhecido apenas como Zulfu, com 149 anos.
Além das mil pessoas registadas num único apartamento, há ainda outros registados em edifícios abandonados, locais de construção ou no quinto andar de um prédio com apenas quatro.
Os partidos pediram ao Colégio Eleitoral do país para investigar as descobertas insólitas. No entanto um dos responsáveis do AKP defendeu o partido das acusações referindo que as irregularidades foram criadas para prejudicar o partido no poder e não para o ajudar e que o próprio AKP tinha feito queixa também. "Os partidos da oposição estão a tentar criar a perceção de que estamos a organizar isto", acusou citado pela Reuters, "mas somos as maiores vítimas da situação".
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