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Jornalista que investigou corrupção no futebol africano morto a tiro

O jornalista ganês Ahmed Hussein-Suale, que investigou um mega esquema de corrupção no futebol africano, foi morto a tiro na quarta-feira quando voltava para casa, noticiou hoje a imprensa local.

Jornalista que investigou corrupção no futebol africano morto a tiro
Notícias ao Minuto

11:24 - 17/01/19 por Lusa

Mundo Gana

Segundo as mesmas fontes, que citam colegas da equipa de investigação que integrava, a Tiger Eye, o jornalista foi morto com três tiros, na quarta-feira à noite, em Madina, na capital ganesa, Accra, quando voltava para casa.

De acordo com as fontes, o jornalista "foi baleado e morto" por homens, ainda não identificados, que seguiam numa motorizada.

Segundo a agência francesa France-Presse, Ahmed Hussein-Suale participou numa investigação sobre a corrupção no futebol africano.

A Tiger Eye é liderada pelo conhecido jornalista Anas Aremeyaw Anas, que confirmou a morte do colega, referiu ter perdido "um irmão" e prometeu que a equipa que dirige "não vai remeter-se ao silêncio".

O jornalista assassinado, de 34 anos, tinha apresentado queixa na justiça recentemente, depois de um deputado do partido no poder ter divulgado uma foto sua na televisão estatal oferecendo uma recompensa a quem o espancasse.

A comissão nacional dos media condenou o assassínio e apelou à polícia para iniciar uma investigação aprofundada.

"É do interesse do país deter os autores deste crime, referiu o presidente da comissão, Yaw Boadu Ayeboafo.

O documentário "Number 12", divulgado em junho de 2018, provou, através de jornalistas infiltrados, o envolvimento de dezenas de árbitros ganeses e de outros países africanos, e de dirigentes da Federação de Futebol ganesa, incluindo o presidente, Kwesi Nyantakyi, num esquema de corrupção.

O documentário revela negociações mantidas com potenciais "investidores", que, em troca de contratos lucrativos com o governo ganês, ofereciam presentes no valor de milhões de dólares.

O presidente da federação ganesa demitiu-se do cargo logo após a divulgação do documentário, tendo sido acusado de corrupção em outubro e proibido pela FIFA de exercer qualquer atividade relacionada com o futebol, além de ter pagado 440 mil euros de multa.

Na sequência do escândalo, mais de 50 árbitros africanos foram também suspensos da Confederação Africana de Futebol (CAF).

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