Damasco considera "agressão" declarações turcas sobre "zona de segurança"
As autoridades sírias classificaram hoje como uma "agressão" as declarações do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de que o seu país está pronto para estabelecer uma "zona de segurança" na vizinha Síria.
© Reuters
Mundo Síria
As declarações "irresponsáveis" de Erdogan "mostram mais uma vez que o seu regime só lida com a linguagem da ocupação e da agressão", indicou a agência oficial Sana, citando uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A questão da zona de segurança, a criar entre a fronteira turca e as posições de uma milícia curda, as Unidades de Proteção Popular (YGP), apoiada por Washington mas que Ancara considera terrorista, foi evocada numa conversa telefónica na segunda-feira entre Erdogan e o Presidente norte-americano, Donald Trump.
"A Síria afirma que a tentativa de comprometer a sua unidade é considerada como uma agressão clara e uma ocupação do seu território", adiantou a mesma fonte, acusando a Turquia de "apoiar o terrorismo".
"Estamos determinados a defender por todos os meios o nosso povo e o nosso território contra qualquer forma de ocupação ou de agressão, incluindo a ocupação turca", adiantou.
Damasco denunciou por diversas vezes a presença na Síria de soldados turcos destacados no norte, ao lado de rebeldes sírios apoiados por Ancara.
Erdogan disse a Trump que a zona de segurança será estabelecida pela Turquia e que o seu país pedirá apoio logístico da coligação internacional anti-jihadista dirigida pelos Estados Unidos, que apoia as Forças Democráticas Sírias, das quais as YGP são parte essencial.
Desde o anúncio de Trump em dezembro da retirada das tropas norte-americanas da Síria, Turquia e Estados Unidos têm tentado chegar a um acordo sobre as YPG.
A Turquia defende há vários anos a ideia de uma "zona de segurança" ao longo da fronteira com a Síria, para evitar que um embrionário Estado curdo no norte sírio encoraje os separatistas curdos no território turco. A proposta tem sido rejeitada, incluindo pelo antecessor de Donald Trump, Barack Obama.
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