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Protestos contra aumentos nos combustíveis fazem oito mortos no Zimbabué

Os protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis no Zimbabué já provocaram a morte a oito pessoas e feriram 26, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos.

Protestos contra aumentos nos combustíveis fazem oito mortos no Zimbabué
Notícias ao Minuto

22:25 - 15/01/19 por Lusa

Mundo África

De acordo com a Amnistia Internacional (AI), oito pessoas morreram na segunda-feira, quando a polícia e o exército do Zimbabué abriram fogo sobre a multidão, levando ainda a ferimentos em pelo menos outros 26 manifestantes.

Já nesta terça-feira, durante o segundo de três dias de greve geral, um helicóptero lançou gás lacrimogéneo contra manifestantes que bloquearam uma estrada e queimaram pneus, descontentes com o aumento de combustíveis conduzido pelo Governo.

No sábado à noite, o Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, anunciou a multiplicação dos preços da gasolina em 2,5 vezes, na esperança de reduzir o consumo e os tráficos associados à desvalorização da moeda.

Segundo a organização não-governamental (ONG) Advogados do Zimbabué pelos Direitos Humanos, polícias e soldados fizeram vistorias porta-a-porta em vários subúrbios da capital, Harare, chegando, de acordo com testemunhas ouvidas pela Associated Press, a agredir algumas pessoas.

O principal partido da oposição, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês) referiu que a sua sede foi atacada.

Na televisão estatal, a ministra da Informação, Monica Mutsvangwa, considerou que as manifestações contra o Governo são comparáveis a "terrorismo" e que estavam "bem coordenadas" pela oposição.

A ministra pediu à população que regressasse ao trabalho e afirmou que as forças governamentais iriam garantir a sua segurança.

O acesso a plataformas sociais, como Facebook, Twitter e Whatsapp, foi limitado, empresas e escolas encerradas e transportes públicos suspensos, apesar das promessas do Governo que assegurava segurança.

O anúncio de Mnangagwa no passado sábado colocou o Zimbabué como o país com os combustíveis mais caros no mundo, de acordo com o portal GlobalPetrolPrices.

Atualmente, o preço médio de um litro de gasóleo cifra-se nos 3,11 dólares (cerca de 2,73 euros) e um de gasolina nos 3,33 dólares (cerca de 2,92 euros).

Segundo o mesmo portal, os combustíveis no Zimbabué superaram assim o agora segundo valor mais alto, Hong Kong, cujo valor comercial de um litro de gasolina se negoceia por 2,04 dólares (cerca de 1,79 euros).

A Confederação Sindical do Zimbabué considerou que o aumento é uma "loucura" e apelou à população para parar o trabalho até quarta-feira.

O Presidente zimbabueano está na Rússia, onde se reúne com representantes de vários países - incluindo o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, - em busca de empréstimos e investimento internacional.

Emmerson Mnangagwa, na liderança do Zimbabué há um ano, desde a demissão de Robert Mugabe, estará no Fórum Económico Mundial, em Davos, Suíça, na próxima semana.

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