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RDCongo: Bispos católicos pedem divulgação das atas eleitorais

Os bispos católicos congoleses apelaram hoje ao Conselho de Segurança da ONU para pedir a publicação das atas relativas às eleições presidenciais na República Democrática do Congo (RDCongo) para "pôr fim às dúvidas e apaziguar os ânimos".

RDCongo: Bispos católicos pedem divulgação das atas eleitorais
Notícias ao Minuto

17:13 - 11/01/19 por Lusa

Mundo Eleições

"Os resultados que foram divulgados não correspondem aos dados recolhidos pela missão de observadores da Conferência Nacional Episcopal do Congo [CENCO]", acrescentou o monsenhor Marcel Utembi, durante uma vídeo-conferência com o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Félix Tshisekedi, um dos candidatos da oposição, foi declarado como vencedor do escrutínio presidencial de 30 de dezembro na República Democrática do Congo pela comissão eleitoral (CENI), mas o resultado é questionado pelo Ocidente e pela Igreja Católica, muito influente no país.

A CENCO não adiantou quem foi o vencedor, de acordo com a sua contagem dos votos, mas deu a entender que seria outro opositor, Martin Fayulu. Este candidato contestou o resultado e anunciou que vai recorrer ao Tribunal Constitucional, no sábado, para exigir a "recontagem dos votos".

Foram utilizadas 7.886 mesas de voto para a contagem paralela da CENCO, adiantou Marcel Utembi ao Conselho de Segurança. "A margem de erro é de 1% e a margem de confiança é de 95%", explicou o religioso, justificando perante os 15 membros do Conselho o procedimento de observação do escrutínio adotado pela Conferência Episcopal.

Os resultados provisórios das eleições presidenciais de 30 de dezembro na República Democrática do Congo (RDCongo), divulgados dez dias depois da votação, deram a vitória ao candidato da oposição Félix Tshisekedi, que conquistou 38,57%.

O outro candidato da oposição, Martin Fayulu, ficou em segundo lugar com 34,8% e contestou de imediato os resultados, denunciando o que considera ser um "golpe eleitoral".

O candidato apoiado pelo partido do Governo, Emmanuel Ramazani Shadary, considerado o delfim do Presidente Kabila - que estava impedido de se candidatar -- ficou em terceiro lugar.

Com a contestação a assumir já contornos violentos e com quatro mortes registadas, Igreja Católica local e comunidade internacional unem-se no apelo para que uma eventual impugnação dos resultados seja feita "de forma pacífica" e de acordo com a Constituição e as leis eleitorais.

Filho do emblemático líder opositor e ex-primeiro ministro Étienne Tshisekedi, o vencedor das eleições, de 55 anos, demarcou-se, em meados de novembro, do bloco comum da oposição - encabeçado por Fayulu - para liderar a sua própria coligação.

O ainda Presidente Joseph Kabila governa desde 2001 um país rico em recursos naturais, mas marcado por crises políticas e por um conflito armado que causou milhões de deslocados.

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