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Embaixador britânico acredita que parlamento poderá aprovar acordo

O embaixador britânico em Portugal, Chris Sainty, mostrou-se hoje confiante na aprovação pelo Parlamento do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), lembrando que as alternativas serão "muito difíceis".

Embaixador britânico acredita que parlamento poderá aprovar acordo
Notícias ao Minuto

15:48 - 11/01/19 por Lusa

Mundo Brexit

Na próxima terça-feira, o parlamento inglês irá decidir sobre o acordo de saída do Reino Unido da UE: "Eu não acredito que seja impossível que passe, apesar do que temos lido na imprensa", afirmou Chris Sainty, durante a conferência "Research in Europe", que se realizou hoje na Universidade Nova de Lisboa, contrariando assim as recentes notícias que apontam para um chumbo do acordo.

O principal tema do encontro era o impacto do 'Brexit' no ensino superior, na investigação e na colaboração científica entre universidades, mas as incertezas sobre a votação agendada para a próxima terça-feira não foram esquecidas.

"Não quero excluir a hipótese de um sucesso no acordo da próxima semana, porque todas as outras opções serão muito difíceis e desafiantes", explicou.

Sobre a hipótese defendida por muitos da realização de um segundo referendo caso o acordo não passe na próxima terça-feira, o embaixador lembrou os "muitos obstáculos": "Não vou dizer que é impossível, porque hoje em dia nada é impossível. No entanto, acho que há muitos obstáculos a ultrapassar".

Chris Sainty recordou que seria preciso criar nova legislação para a realização do referendo e tal só aconteceria com um Governo que estivesse disposto a fazê-lo -- "não temos esse governo neste momento".

Escolher a pergunta do referendo também não seria tarefa fácil: Iriam repetir a pergunta de 2016 ou fazer uma mais complicada que explorasse as diferentes opções, questionou.

No entanto, mesmo que se resolvessem estas questões haveria um problema de 'timing', já que a saída da UE está definida para 29 de março.

Um referendo "é um processo que demora, no mínimo, seis meses", ou seja, nunca estaria pronto a tempo do 'Brexit', defendeu.

Além disso, acrescentou, "teriam de regressar a Bruxelas e persuadir todos os 27 países estados membros de que era boa ideia dar ao Reino Unido uma extensão do tempo".

"Quanto teria o Reino Unido de pagar por esse tempo extra?" ou "Como iriam lidar com as eleições europeias agendadas para maio?" foram outros dos "obstáculos" imaginados pelo embaixador perante a hipótese de um segundo referendo: "Não digo que seja impossível mas é um cenário muito desafiante".

Também a hipótese de chegar a 29 de março e ter de sair da UE sem um acordo é mau em termos económicos, políticos e de segurança, alertou.

Sair da UE sem acordo é um cenário, "que ninguém está entusiasmado com a ideia, mas tem de ser planeado e tem havido muito planeamento nesse sentido, havendo muita determinação e compromisso para encontrar as soluções que conseguirmos", explicou.

Para o embaixador existem "boas e fortes razões económicas para acreditar que (o acordo) é a melhor forma de sair da UE", uma vez que durante os 21 meses do período de transição (até 2020) as regras para as empresas irão manter-se, não havendo custos nem burocracias adicionais.

Chris Sainty apontou também razões políticas: "Se o parlamento aprovar, o Reino Unido irá enviar uma mensagem a Bruxelas dizendo, basicamente, que passámos dois anos de difíceis negociações, foi muito difícil, ambos tivemos de ceder, fizemos muitos compromissos, fizemos um acordo que tem muita coisa que não gostamos mas somos um parceiro de confiança e vamos manter os acordos (...) e podem confiar em nós enquanto parceiro".

Uma imagem importante para quando tiverem de negociar com a UE.

O acordo tem sido contestado dos partidos da oposição e por muitos deputados do partido Conservador e do aliado partido Democrata Unionista.

Para ser aprovado, o acordo precisa teoricamente de 320 votos a favor para contrariar mais de 300 votos esperados dos partidos da oposição, em particular do Partido Trabalhista, dos Liberais Democratas e do Partido Nacionalista Escocês.

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