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Declarações de Pompeo sobre curdos mostram "falta de informação"

Ancara condenou hoje declarações do chefe da diplomacia norte-americana na quinta-feira, nas quais Mike Pompeo alertou contra um "massacre" dos curdos na Síria pela Turquia, denunciando uma "preocupante falta de informação".

Declarações de Pompeo sobre curdos mostram "falta de informação"
Notícias ao Minuto

13:56 - 04/01/19 por Lusa

Mundo Ancara

"A assimilação, pelo ministro Pompeo, da organização terrorista YPG aos curdos, se não é deliberada, indica uma preocupante falta de informação", lamentou, num comunicado, Hami Aksoy, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.

As YPG (Unidades de Proteção Popular) são milícias curdas aliadas de Washington na Síria, mas consideradas como uma organização terrorista pela Turquia.

Ancara "não pode aceitar que esta organização terrorista seja considerada como um parceiro para lutar contra" o grupo extremista Estado Islâmico, adiantou Aksoy, insistindo que a Turquia "continuará a garantir a proteção dos curdos da Síria".

Pompeo disse na quinta-feira que os Estados Unidos querem continuar a garantir que "os turcos não massacram os curdos" na Síria, apesar da anunciada retirada das tropas norte-americanas do país em guerra.

"A importância de garantir que os turcos não matem os curdos, a proteção das minorias religiosas na Síria, tudo isso ainda faz parte da missão norte-americana", disse o secretário de Estado norte-americano, em entrevista ao 'site' Newsmax.

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou no mês passado a saída dos cerca de 2.000 soldados colocados na Síria, que combatiam os 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico ao lado das YPG.

A medida foi criticada por aliados de Washington e provocou as demissões do secretário da Defesa, Jim Mattis, e do enviado especial dos Estados Unidos para a coligação anti-jihadista internacional, Brett McGurk.

O anúncio foi feito numa altura em que as YPG estavam a ser ameaçadas pela Turquia com uma nova ofensiva.

No final de dezembro, as YPG pediram ajuda militar ao governo sírio para proteger as áreas curdas de "uma invasão turca" e após a entrada do exército sírio na cidade de Manbij (norte) Ancara afirmou que as forças curdas não tinham "o direito" de o fazer.

"As organizações terroristas YPG/PKK que controlam esta zona pela força das armas não têm o direito ou o poder de falar em nome da população local ou de convidar uma parte qualquer", declarou num comunicado o Ministério da Defesa turco, avisando todas as partes "contra qualquer ato de provocação".

A Turquia quer evitar a formação junto à sua fronteira de um embrião de estado curdo, suscetível de reavivar o separatismo dos curdos turcos.

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