"Para protestar contra este comportamento ilegal e desumano e para exprimir as nossas preocupações em relação à nossa saúde e sobrevivência (...), realizaremos uma greve de fome de 14 a 16 de janeiro de 2019", escreveram as detidas numa carta divulgada pelo Centro dos Defensores dos Direitos Humanos do Irão.
"Exortamos a uma ação imediata (...) Anunciamos que em caso de incapacidade das autoridades de responder a estas preocupações (...), tomaremos outras medidas. As autoridades da República Islâmica do Irão devem ser responsabilizadas pelas potenciais consequências", adiantam.
Funcionária da Fundação Thomson Reuters ligada à agência noticiosa canadiana-britânica com o mesmo nome, Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi detida em abril de 2016 em Teerão e condenada em setembro do mesmo ano a cinco anos de prisão por participação em manifestações contra o poder em 2009, o que ela desmente.
"O tratamento médico de Nazarin devido ao volume do peito, a dores no pescoço e a dormência nos braços e pernas está atualmente bloqueado e foi-lhe proibida a consulta de um psiquiatra exterior (à prisão)", disse o seu marido, Richard Ratcliffe, à agência France Presse.
Os cuidados são "bloqueados pessoalmente pelo diretor da prisão de Evin, M. Khani, apesar de terem sido aprovados pelo médico da prisão", adiantou.
A jornalista e militante dos direitos humanos iraniana Narges Mohammadi, conhecida pela sua luta a favor da abolição da pena de morte no Irão, está presa desde a sua detenção em 2015, quando era porta-voz do Centro dos Defensores dos Direitos Humanos, criado pela advogada iraniana e prémio Nobel da Paz Shirin Ebadi.
Narges Mohammadi foi condenada em 2016 a 10 anos de prisão, nomeadamente por ter "criado e dirigido um grupo ilegal".
Em outubro de 2016, cerca de duas dezenas de deputados iranianos escreveram uma carta ao chefe da autoridade judiciária, pedindo-lhe para "intervir pessoalmente" para perdoar a jornalista, que, segundo eles, sofre de uma doença que resulta em "paralisia muscular".