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OIM pede solução urgente para dezenas de migrantes há vários dias no mar

A Organização Internacional das Migrações (OIM) pediu hoje uma solução "urgente" para as dezenas de migrantes resgatados nos últimos dias por navios humanitários no Mediterrâneo e que continuam em alto mar à espera de um porto para desembarcar.

OIM pede solução urgente para dezenas de migrantes há vários dias no mar
Notícias ao Minuto

19:24 - 02/01/19 por Lusa

Mundo Migrações

A organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) também se juntou ao apelo da OIM, que lembra os 49 migrantes que foram resgatados no Mediterrâneo por navios de duas ONG alemãs nos últimos dias de dezembro e que estão bloqueados no mar há 12 dias.

Um dos casos é o navio "Sea Watch 3", da ONG alemã com o mesmo nome, que resgatou no passado dia 22 de dezembro na rota do Mediterrâneo Central (da Líbia para Itália) um grupo de 32 migrantes.

O outro caso é o navio "Professor Albrecht Penck", da organização humanitária Sea-Eye, que resgatou outros 17 migrantes no passado dia 29 de dezembro.

"É urgente e necessário que os Estados europeus demonstrem sentido de responsabilidade e de solidariedade para com os imigrantes e para com os refugiados e que ofereçam o quanto antes um porto seguro às 49 pessoas em questão", assinalou a OIM, organização liderada desde outubro passado pelo português António Vitorino, num comunicado.

"É inaceitável deixar tanto tempo no mar, sem uma assistência adequada, homens, mulheres e crianças que arriscaram as suas vidas a bordo de embarcações em mau estado, depois de terem enfrentado as dificuldades de uma viagem caracterizada por experiências dramáticas e violentas", acrescentou a mesma nota informativa.

A MSF também se solidarizou com estes migrantes, pedindo uma "solução rápida" uma vez que as condições meteorológicas estão a piorar, nomeadamente com a descida acentuada das temperaturas.

"Fazemos um apelo às autoridades europeias e italianas para se encontre um porto seguro o mais rápido possível", afirmou a MSF.

A Holanda manifestou hoje à tarde disponibilidade para acolher alguns dos 32 migrantes que aguardam a bordo do "Sea-Watch 3", navio que tem pavilhão holandês e que navega desde dezembro no Mediterrâneo.

"A Holanda disse estar disponível para acolher eventualmente um número razoável dos migrantes que estão a bordo do 'Sea-Watch 3', desde que outros países europeus façam o mesmo", declarou Lennart Wegewijs, porta-voz do Ministério da Segurança e da Justiça holandês.

Haia tinha inicialmente recusado receber estes migrantes, tal como fizeram outros Estados-membros da União Europeia (UE) como foi o caso de Itália, Malta ou Espanha, segundo a agência noticiosa francesa France Presse (AFP).

"As negociações coordenadas pela Comissão Europeia estão em curso entre os diferentes países europeus, estamos à procura de uma solução para esta situação", precisou o mesmo porta-voz, em declarações à AFP.

Entre os 32 migrantes a bordo do "Sea-Watch 3" - oriundos da Nigéria, Líbia e Costa do Marfim - estão três crianças, três adolescentes não acompanhados e quatro mulheres.

No sábado, a Alemanha também declarou que só aceitaria acolher estes migrantes se outros países europeus assumissem o mesmo compromisso.

Desde que Itália fechou oficialmente os seus portos aos navios humanitários em junho passado, a solução para estes casos tem sido avaliada "barco a barco" e tem passado pela distribuição dos migrantes por vários países.

"Precisamos de uma solução coletiva e estrutural. Estes navios não podem simplesmente transportar os migrantes, apesar das condições de acolhimento dos países europeus, e exigir a sua ajuda à última hora", referiu o porta-voz do ministério holandês.

"Isso não funciona assim", acrescentou a mesma fonte, concluindo que "a bola está no campo da Comissão Europeia".

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