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Corrente humana de mulheres desafiou conservadorismo religioso na Índia

Milhões de mulheres juntaram-se no protesto pacífico e formaram uma corrente humana com 620 quilómetros. Supremo indiano pôs fim a uma lei que proibia a entrada de mulheres num dos templos sagrados do hinduísmo mas conservadores tentaram impedir que as mulheres entrassem no templo.

Corrente humana de mulheres desafiou conservadorismo religioso na Índia
Notícias ao Minuto

11:52 - 02/01/19 por Fábio Nunes

Mundo Índia

Durante vários meses a área em redor do templo Sabarimala, no estado de Kerala, na Índia, foi palco de confrontos. Em setembro do ano passado, o Tribunal Supremo decidiu pôr termo a uma proibição com vários séculos que impedia as mulheres com idades compreendidas entre os 10 e os 50 anos de entrarem no templo de Sabarimala, um dos locais mais sagrados para a religião hindu.

A decisão do Supremo foi justificada com o facto da proibição ser discriminatória e os juízes consideraram que as mulheres deviam poder rezar no sítio que escolhessem. Mas não foi bem recebida pelos hindus mais conservadores. Milhares juntaram-se em redor do templo e durante meses tentaram impedir que a decisão do Supremo se concretizasse.

Segundo a CNN, duas mulheres entraram no templo esta quarta-feira e fizeram história. Foram as primeiras a fazê-lo. Depois da sua visita, o templo foi encerrado durante uma hora para que os sacerdotes pudessem purificar o templo.

Um dos passos mais importantes no desafio ao conservadorismo religioso na Índia e que impulsionou o momento histórico que se viveu esta quarta-feira, aconteceu ontem. Milhões de mulheres (o governo de Kerala fala em mais de cinco milhões) formaram uma corrente humana apelidada de ‘muro das mulheres’ que se estendeu por 620 quilómetros.

O protesto pacífico durou 15 minutos e teve grande impacto social e mediático. No entanto, há uma nuvem a pairar sobre este momento importante na luta pela igualdade de género. No final deste mês o Supremo vai analisar petições para rever a sua decisão.

O templo de Sabarimala tem cerca de 800 anos e é considerado a casa espiritual do Senhor Ayyappa, o deus hindu do crescimento. Os hindus conservadores argumentam que deve vigorar uma proibição a mulheres em idade menstrual, uma vez que Ayyappa é celibatário e a entrada de mulheres “impuras” no templo é desrespeitosa.

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