Tribunal chinês ordena novo julgamento de canadiano já condenado
Um tribunal superior chinês ordenou hoje que se repita o julgamento do canadiano Robert Lloyd Schellenberg, acusado de tráfico de droga, por considerar demasiado leve a pena de quinze anos de prisão imposta no sábado.
© iStock
Mundo Tensão
A decisão ameaça amplificar as tensões entre Pequim e Otava, após a detenção pelas autoridades canadianas, no início deste mês, da diretora financeira da gigante chinesa das telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou.
Schellenberg foi condenado a 15 anos de prisão pelo Tribunal Popular de Dalian, nordeste do país, no sábado, mas o Tribunal Popular Superior da província de Liaoning considerou a pena "incorreta".
"As provas sugerem que Schellenberg esteve provavelmente envolvido no tráfico internacional de drogas e que desempenhava um papel chave no tráfico de narcóticos", afirmou a mesma fonte, no serviço noticioso oficial do judiciário chinês.
Segundo o Código Penal chinês, o tráfico, importação, transporte ou fabrico de ópio, numa quantidade superior a um quilo, ou de 50 gramas de heroína e outros narcóticos, pode ser punido com pena de morte ou prisão perpétua.
Considerada um "demónio social", a droga está associada ao chamado de "século de humilhação nacional", iniciado com a derrota da China na "Guerra do Ópio" (1839-42).
Em dezembro de 2009, a China executou o britânico Akmal Shaikh, apanhado com mais de quatro quilos de heroína.
Robert Lloyd Schellenberg foi detido em 2014 e julgado em 2016. Após recorrer da sentença, o canadiano compareceu em tribunal no sábado, com as autoridades chinesas a convidar vários órgãos de comunicação estrangeiros a estarem presentes, numa decisão rara.
O jornal Wall Street Journal, que citou declarações durante o julgamento, escreveu que Schellenberg é acusado de tentar transportar 222 quilos de metanfetaminas de Dalian para a Austrália.
Meng Wanzhou foi detida em Vancouver, a pedido dos Estados Unidos, por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.
Após terem ameaçado o Canadá com "graves consequências", caso não libertasse Meng, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte, ambos acusados de "prejudicarem a segurança nacional da China".
Na semana passada, a China confirmou a detenção de uma professora canadiana, no terceiro caso do género, por "trabalhar ilegalmente" no país.
Meng foi, entretanto, libertada sob fiança por um tribunal canadiano.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com