Escola islamita encerrada em França por ser considerada "clandestina"
O ministro da Educação francês anunciou hoje o encerramento de uma escola clandestina em Marselha com ligações ao fundamentalismo islâmico, "neste caso salafista", que acolhia cerca de 20 alunos.
© Reuters
Mundo Jean-Michel Blanquer
"Era uma escola clandestina que não corresponde às regras que estabelecemos desde julho do ano passado", disse o ministro, Jean-Michel Blanquer, ao canal televisivo BFMTV.
As regras impostas pelo Governo francês para as escolas privadas e o ensino ao domicílio endureceram os programas das escolas particulares para evitar derivas.
"Esta não é a primeira e não será a última" escola a fechar, acrescentou, prometendo mais encerramentos nas próximas semanas.
Tratava-se de um "agrupamento de estudantes", cada um deles declarado como aluno "sob o sistema de educação em casa" e que não estavam a operar "regularmente", disse a comissão de educação de Aix-Marseille à agência noticiosa AFP, afirmando que "o procurador público foi notificado" sobre o caso.
Localizada no 14.º bairro de Marselha, essa "escola clandestina" recebia cerca de 20 alunos, de acordo com o ministro.
O local, no popular distrito de Canet, acomodava 43 crianças no total, parte das quais tinha mais de seis anos, idade em que a escolaridade é obrigatória, sendo supervisionadas por quatro pessoas, disse por seu lado a polícia de Bouches-du-Rhone.
As instalações foram inspecionadas a 04 de dezembro por vários departamentos do Governo, que também notaram problemas de higiene, incluindo um frigorífico que não estava em condições de uso, disse um porta-voz.
"De agora em diante, quando uma escola colocar um problema do ponto de vista da ordem pública ou do ponto de vista do respeito às regras básicas da Educação Nacional, (...) nós nos colocamos na posição de poder fechá-la", disse o ministro.
Neste caso, "havia uma mentira" sobre a situação das crianças: "todas as manhãs, foram acompanhadas a este lugar que não se parece com uma escola, que é um grupo de salas", continuou.
"Essas crianças serão reinscritas em escolas públicas e suas famílias serão recebidas", declarou.
"Não queremos que as crianças sejam doutrinadas dessa maneira", referiu o ministro, dizendo que se trata de um "fenómeno social".
A lei que endurece o regime das escolas privadas pretende, em particular, lutar contra o "recrutamento" de estudantes pelo Islão radical e encontrar "um equilíbrio justo entre liberdade de educação e a proteção das crianças".
A educação gratuita fora do contrato contou 74.000 estudantes no início do ano académico de 2017 - de um total de 12 milhões na França. Esses números estão a crescer fortemente, assim como o número de estabelecimentos.
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