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Morreu Edmond Simeoni, figura emblemática do nacionalismo corso

Edmond Simeoni, 84 anos, figura emblemática do movimento autonomista corso desde finais de década de 1960 e pai de Gilles Simeoni, o atual presidente do Conselho executivo da ilha, morreu hoje num hospital de Ajaccio, informou o governo local.

Morreu Edmond Simeoni, figura emblemática do nacionalismo corso
Notícias ao Minuto

16:25 - 14/12/18 por Lusa

Mundo Óbito

"Teve uma morte tranquila junto dos seus", declarou à agência noticiosa AFP Jean-Baptiste Calendini, diretor do gabinete de Gilles Simeoni.

O veterano dirigente e expoente do nacionalismo corso sofria de problemas cardíacos desde o início dos anos 1980 e estava hospitalizado nos cuidados intensivos do hospital de Ajaccio desde o passado fim de semana.

Este médico gastrenterologista, que nasceu em 6 de agosto de 1934 em Corte (Alta Córsega), apresentava-se na sua página da Internet, na qual comentava diariamente a atualidade, como um "defensor do povo corso", "apaixonado pela família, a medicina, o desporto e a política" e de uma "alergia grave à injustiça".

Edmond Simeoni, casado, com dois filhos e cinco netos, definia-se um pacifista e envolveu-se a luta de emancipação da Córsega desde 1961. Em julho de 1970 participou na fundação da Ação Regionalista Corsa (ARC), rebatizada em 1973 Azzione per a Rinascita di a Corsica (Ação para o Renascimento da Córsega.

No entanto, em 21 de agosto de 1975 ocupou com uma dezena de militantes, armados com espingardas de caça, uma adega agrícola perto de Aléria para denunciar a atribuição pelo Estado de terras vitícolas aos repatriados ('pied-noir') da Argélia.

Cerca de 1.500 guardas assaltaram o local com viaturas blindadas e dois foram mortos, enquanto um militante corso sofreu ferimentos graves. Edmond Simeoni foi condenado em junho de 1976 a cinco anos de prisão, que não cumpriu totalmente, pelos incidentes de Aléria.

Após sair da prisão, fundou a União do Povo Corso (UPC), em 1982 foi eleito para a primeira Assembleia da Córsega, e em 1983 conselheiro municipal de Bastia, antes de sofrer o primeiro enfarte.

Em 1987 esteve na fundação do coletivo antirracista "Ava Basta" e cinco anos depois o seu movimento obteve oito lugares de conselheiros na Assembleia da ilha, mas demite-se em desacordo com a política da Frente de Libertação Nacional Corsa (FLNC), um movimento nacionalista radical.

Nas eleições que decorreram na ilha em 2004 foi cabeça de lista da Unione Naziunale, uma coligação de movimentos nacionalistas corsos que obteve 17,34% dos votos e oito lugares.

Neste período também assumiu a presidência da associação "Corsica Diaspora et amis de la Corse", e entre os seus escritos dedicou um livro às resistentes corsas com o título "Carta às mulheres corsas".

O seu filho Gilles Simeoni, o atual homem forte da ilha, é dirigente da formação nacionalista Pè a Corsica, que nas eleições territoriais de 2017 reforçou a sua maioria na Assembleia da Córsega, com 56,46% dos votos e 41 lugares.

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