Itália só ficará satisfeita quando o Brasil extraditar Cesare Battisti
O ministro da Justiça de Itália, Alfonso Bonafede, disse hoje que o Governo só ficará satisfeito quando Cesare Battisti, condenado por quatro assassínios, for extraditado pelo Brasil.
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Mundo Governo
"Saudamos os nossos pedidos nos quais o Ministério da Justiça trabalha há algum tempo, mas só ficaremos satisfeitos quando Battisti for extraditado para Itália", escreveu Bonafede no Twitter.
O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil determinou na quinta-feira a prisão de Césare Battisti, condenado a prisão perpétua em Itália por quatro assassínios e que está no país sul-americano desde 2004.
Este tribunal ordenou um mandado de prisão após um pedido da Procuradora-Geral, "para evitar o risco de fuga e garantir a sua extradição", de acordo com uma nota.
O ministro do Interior italiano, Mateo Salvini, pediu numa carta ao Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, a sua colaboração para a extradição de Battisti.
"É um condenado a prisão perpétua que está curtindo a vida nas praias do Brasil na cara das vítimas. Isso me dá nervos! Toda a minha honra ao Presidente Jair Bolsonaro se ele ajudar a Itália de ter Justiça dando a Battisti um futuro na prisão", escreveu Salvini no Twitter.
Battisti foi membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), um braço das Brigadas Vermelhas, que em 1993 foi condenado à revelia à prisão perpétua por vários assassínios cometidos entre 1977 e 1979, o que ele nega.
Ele fugiu para França e, em 2004, quando este país estava prestes a revogar o seu estatuto de refugiado político viajou para o Brasil, onde permaneceu escondido por três anos.
A sua fuga terminou no Rio de Janeiro em março de 2007, quando foi preso numa operação conjunta de agentes do Brasil, Itália e França.
O STF autorizou a sua extradição em 2009 numa decisão não vinculativa, que deixou a decisão final nas mãos do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a rejeitou no dia 31 de dezembro de 2010, último dia do seu mandato.
Em abril deste ano, a Justiça arquivou a última queixa contra Battisti, que durante a sua estada no Brasil, após a decisão de Lula da Silva, foi alvo de dois processos: um sobre fuga de capitais iniciado quando tentou atravessar a fronteira do Brasil com a Bolívia em outubro de 2017 com 25.000 reais (cerca de 5,6 mil euros) e outro iniciado em abril do ano passado por ter declarado um endereço falso num documento público.
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