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Promessas de Macron parecem não evitar quinto sábado de manifestações

As promessas do Presidente francês, Emmanuel Macron, parecem não ter pacificado o clima de contestação, com os 'coletes amarelos' a prepararem novas manifestações para sábado e os partidos a pedirem eleições antecipadas.

Promessas de Macron parecem não evitar quinto sábado de manifestações
Notícias ao Minuto

16:06 - 11/12/18 por Lusa

Mundo França

"No princípio, ainda pensei que Macron nos tinha percebido um pouco (...) mas quando olhamos para os pormenores, percebemos que não nos entendeu de todo", confessou hoje Miralles Thomas, porta-voz do movimento 'coletes amarelos', sobre o discurso de Emmanuel Macron, na segunda-feira, enquanto se prepara para o quinto sábado consecutivo de manifestações.

O presidente francês prometeu um aumento de cem euros por mês para quem ganha o salário mínimo e o cancelamento de um imposto sobre pensões abaixo dos dois mil euros por mês, para além de isenção de horas extras.

Macron deixou para o primeiro-ministro, Édouard Philippe, o anúncio, hoje à tarde, de mais medidas para aplacar a ira dos milhares de franceses que se tem manifestado há quatro semanas nas ruas de França.

Apesar de o discurso de Macron ter batido recordes de audiências televisivas, tendo sido visto por mais de 23 milhões de pessoas, as palavras e as promessas parecem não desmobilizar os manifestantes, nem apaziguar os adversários políticos.

Os partidos Socialista e Insubmissos anunciaram hoje que vão apresentar uma moção de censura contra o governo, pela forma como está a gerir a crise dos 'coletes amarelos'.

A decisão foi tomada na sequência de uma reunião do grupo socialista realizada hoje, depois de, inicialmente, os deputados socialistas terem optado por esperar pela comunicação do presidente Emmanuel Macron, na segunda-feira, para decidir sobre o seu apoio à moção de censura.

Os deputados querem "fazer ouvir a voz e as propostas concretas dos socialistas", indicou o porta-voz socialista Boris Vallaud.

O presidente do partido Os Republicanos, Christian Jacob, também disse que não tem nenhum conselho a dar aos "coletes amarelos" relativamente a nova manifestação no próximo sábado, apenas lhes dizendo para se demarcarem daqueles que têm provocado violência.

"A resposta (do presidente Macron) foi tardia (...) A política conduzida há 18 meses é um fracasso, mas várias medidas vão no sentido certo", disse Jacob, considerando que "nunca um governo foi desafiado de forma tão frontal".

Os 'coletes amarelos' esperam agora pelas novas medidas, que serão anunciadas pelo primeiro-ministro, para tomar decisões sobre novas manifestações, mas o caráter desconcentrado do movimento e a amplitude das contestações dificilmente evitará nova convocação de protestos.

Hoje, o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, disse que as medidas de emergência anunciadas por Emmanuel Macron devem custar entre oito e 10 mil milhões de euros.

Com a aplicação dessas medidas, o défice público deve ultrapassar a barreira dos três por cento, limite máximo exigido por Bruxelas.

Contudo, Richard Ferrand, líder da Assembleia Nacional e do partido que apoia o governo, assegura que esta falha orçamental será "estritamente temporária".

Hoje à tarde, Macron reúne com representantes do setor bancário e à noite encontra-se com os deputados da maioria para fazer um ponto de situação e explicar as medidas que Édouard Philippe ainda hoje anunciará.

Na quarta-feira, o presidente terá reuniões com grandes empresários, a quem Macron pedirá para participar no esforço coletivo de resposta às contestações.

Ao longo da semana, ainda antes das prováveis manifestações de sábado, alunos no sul de França continuarão as suas jornadas de protesto contra as reformas na área da educação.

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