Nicolás Maduro frisou que é atualmente Presidente da República porque Hugo Chávez, antes de morrer, deixou-o à frente da revolução bolivariana.
"Eu não sou Presidente porque seja ambicioso, um personalista, um aristocrata que queria ser Presidente. Eu não sou Presidente produto de uma conspiração de maldades e intrigas. Eu sou Presidente porque Hugo Chávez deixou-me à frente do comando desta revolução bolivariana", disse.
Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores para um grupo de simpatizantes da revolução bolivariana que hoje saíram às ruas de Caracas para celebrar o aniversário da data em que Hugo Chávez se submeteu às ultimas eleições presidenciais.
"Eu sou Presidente de todos os venezuelanos e de todas as venezuelanas, por igual, e governo para todos e todas como deve ser", frisou.
Por outro lado, sublinhou que os 14 anos de Governo de Hugo Chávez demonstraram "que a democracia bolivariana é superior à burguesa, que o sistema social do socialismo e das grandes missões (programas de assistência social) é superior ao do capitalismo", e que o país "recuperou a independência, o uso do petróleo e dos recursos naturais", numa “proeza que outros povos demoraram entre 50 e 100 anos para conquistar.
No entanto, Maduro admitiu que o seu antecessor deixou algumas coisas "pendentes", a principal delas "a revolução económica, para mudar o capitalismo em todas as suas fases e construir o socialismo produtivo, superar o rendimento petrolífero, parasitário".
"É a tarefa principal: ou transformamos o modelo económico ou a burguesia rompe a coluna dorsal da revolução", disse.
Maduro, referiu, Chávez convocou e construiu a "uma poderosa democracia comunal" e disse que "o povo venezuelano tem de assumir a sua responsabilidade histórica de conduzir a pátria" e "desmascarar e derrotar o núcleo fascista da oposição venezuelana, que é antipatriota e está profundamente corrompido".
Desde o "balcão do povo", onde o seu antecessor se dirigia aos simpatizantes, reclamou apoio aos populares para o pedido de poderes especiais que hoje entregará ao parlamento e que, a ser aprovado, lhe permitirá legislar por decreto em matéria de combate à corrupção.
O ex-Presidente venezuelano Hugo Chávez morreu aos 58 anos a 05 de março, em Caracas, quase três meses depois de ter sido operado pela quarta vez a um cancro, a 11 de dezembro de 2012, em Havana, e cerca de cinco meses depois de ter sido reeleito nas presidenciais, em 07 de outubro de 2012.
Hugo Chávez nasceu em Sabaneta, Barinas, Venezuela, a 28 de julho de 1954. Político e militar, presidiu o país desde 2 de fevereiro de 1999 até à data da sua morte.
Crítico dos Estados Unidos liderou um projeto que denominou Revolução Bolivariana, centrado no que definia como “socialismo do século XXI”.