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A "hora da delinquência" em Paris. 'Coletes' saem, entram os encapuzados

Os 'coletes amarelos' provenientes de fora de Paris estão a abandonar a cidade, dando lugar aos grupos de jovens vestidos de negro e de cara tapada que continuam a pilhar e a destruir a capital francesa.

A "hora da delinquência" em Paris. 'Coletes' saem, entram os encapuzados
Notícias ao Minuto

17:55 - 08/12/18 por Lusa

Mundo França

Sylvie e a família procuram a Gare de l'Est no meio da confusão instalada em Saint Augustin, nas imediações dos Campos Elísios. Vindos de Aube, no centro da França, e está na hora desta família de 'coletes amarelos' regressar a casa.

"Queremos mostrar os nossos coletes quando o protesto é pacífico, não quando as pessoas começam a partir tudo. É a hora da delinquência. Nós vamos embora quando estes grupos chegam", disse Sylvie em declarações à Agência Lusa.

Enquanto muitos 'coletes amarelos' procuram sair da cidade, centenas de jovens vestidos de negro, com cara tapada e munidos de vidros e pedras para arremessar contra a polícia enchem as avenidas próximas dos Campos Elísios.

Desta vez, no quarto fim de semana consecutivo de protestos, as ruas mais afetadas foram a Boulevard Haussmann, onde se situam grandes lojas como as Galerias Lafayette ou os Armazéns Printemps - todos excecionalmente fechados hoje - e a Boulevard Courcelles, onde vários veículos foram incendiados.

Mesmo com um dispositivo de segurança mais forte, incluindo mais polícias nas ruas e blindados utilizados pela primeira vez em Paris, dezenas de lojas tiveram vidros partidos e outras foram completamente pilhadas. Não só bancos, mas também sapatarias, cafés, agências imobiliárias e até lojas de produtos ortopédicos.

"A manifestação era dos 'coletes amarelos' e começaram a chegar alguns elementos que vieram perturbar a manifestação. A nós só nos partiram um vidro. Eles dizem-se comunistas, mas eu sou um pequeno comerciante, claramente não percebem o impacto que têm quando nos fazem isto", disse Charbel, dono de um quiosque perto de Saint Augustin, que se manteve dentro do seu estabelecimento para tentar evitar o pior.

Esta manifestação teve menos momentos de descontrolo, com a polícia a agir com maior mobilidade e protegida por mais meios, tendo detido mais de 500 pessoas apenas em Paris.

Mas, mesmo assim, não conseguiu controlar todos os pontos da cidade. Houve várias tentativas de barricadas e incêndios um pouco por todo o lado à volta dos Campos Elísios.

No entanto, esta jornada de violência não parece desmotivar os 'coletes amarelos'. Olivier, Odile e Élise são uma família vinda da Ruão e por volta das 17:00 estavam a abandonar a avenida, prometendo voltar para a semana, se necessário.

"Esta semana houve menos violência que a semana passada, se voltar a haver uma manifestação para o sábado que vem, cá estarei", disse Élise, filha de Odile e Olivier, que diz trabalhar a tempo inteiro com o marido e não conseguir chegar ao fim do mês "com um euro na conta". "A vida é demasiado cara hoje em dia", concluiu.

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