"Só existem dois candidatos que irão discutir" liderança da CDU
Friedrich Merz e Annegret Kramp-Karrenbauer são apontados como os dois favoritos na corrida à liderança da União Democrata Cristã e a escolha do sucessor de Angela Merkel será feita no congresso, que decorrerá sexta-feira e sábado, em Hamburgo.
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Maria do Céu Campos, encarregada para a integração na direção da concelhia (Stadtverband) da CDU, da cidade de Ravensburg, acredita que "só existem dois candidatos que irão discutir até ao fim a votação do Congresso: Merz e AKK".
"Merz terá mais conhecimentos e competência em liderança e em economia, mas é passado. AKK tem mais simpatia e é mais atual. Mas, para mim, apesar do muito que se tem escrito e falado sobre os candidatos, será uma disputa até ao fim e os delegados decidirão quem vai gerir o partido nos próximos tempos", revela Maria do Céu Campos, que está ligada à CDU há quase 20 anos.
Maria do Céu Campos foi convidada em 1999 para integrar as listas candidatas às autárquicas. Esse foi o primeiro ano em que os cidadãos membros de países da União Europeia puderam votar e ser candidatos nos países de acolhimento. Foi também nesse ano que foi eleita vogal da direção da CDU local, cargo que desempenhou 14 anos, até mudar para a concelhia.
"Angela Merkel foi, e é, uma mulher de armas, uma chanceler que fez o que pode pela Alemanha e pela Europa, nem sempre compreendida, mas fiel às suas convicções. Não virou nunca a cara, apesar das críticas, por exemplo, quando decidiu abrir as portas aos refugiados", elogia Maria do Céu Campos.
Ainda assim, deixa a ressalva: "Também não sou apologista de se deixar entrar toda a gente sem controlo, mas, muitas vezes, as circunstâncias críticas não deixam que se atue de outra maneira. Se não tivesse deixado entrar os refugiados seria acusada de fascista. É sempre o caso, preso por ter cão e preso por não ter".
A encarregada para a integração na direção da concelhia da CDU, da cidade de Ravensburg, no Estado de Baden-Württemberg acredita que a Alemanha tem "um clima de estabilidade que muitos outros países gostariam de ter, e isso é fruto de muito trabalho e dedicação".
Angela Merkel lidera a União Democrata Cristã há 18 anos. Anunciou, em outubro, que não iria recandidatar-se ao cargo. Uma decisão que "há que respeitar, já que a CDU tem vindo a perder eleitorado nas últimas eleições nos estados federados".
Maria do Céu Campos defende que a estabilidade e continuidade da "GroKo", a Grande Coligação constituída pela CDU, CSU e SPD, não está em causa.
"A GroKo vai continuar, na minha opinião. De momento não vejo que haja condições de eleições gerais, com as Europeias, marcadas para o próximo ano, e também com autárquicas em alguns estados federados. Acredito que só depois delas se tirarão conclusões", sustenta.
O congresso que irá decidir o sucessor de Angela Merkel à frente da CDU, está marcado para os dias 07 e 08 de dezembro, em Hamburgo.
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