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Roménia: Movimento promete continuar luta enquanto ameaça persistir

Um dos promotores das grandes manifestações ocorridas nos últimos dois anos na Roménia contra as reformas do poder judicial preconizadas pelo atual Governo garante que a contestação continuará "enquanto persistir a ameaça" de acabar a luta contra a corrupção.

Roménia: Movimento  promete continuar luta enquanto ameaça persistir
Notícias ao Minuto

08:20 - 02/12/18 por Lusa

Mundo Manifestação

"Enquanto persistir a ameaça da coligação no poder de pôr fim à luta contra a corrupção, vamos continuar a mostrar a nossa discórdia. Eles ainda não abandonaram os seus planos de controlar o sistema de justiça", disse à Lusa o diretor da comunidade de sociedade civil "Declic", Tudor Bradatan, referindo-se ao Governo liderado pelos socialistas do Partido Social Democrata (PSD).

Segundo este responsável, "existe definitivamente uma ameaça, vê-se políticos a falar de uma forma muito casual sobre planos para limitar fundos para as ONG (organizações não-governamentais), há jornalistas ameaçados com investigações relacionadas com o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados e foram já feitas diversas tentativas para reforçar um controlo político sobre os procuradores".

"Felizmente, nenhuma destas provisões intolerantes está ainda em vigor na Roménia, mas há um óbvio apetite do PSD para garantir maior poder para o Governo que eles encabeçam", em coligação com os liberais do ALDE, aponta.

Bradatan congratula-se por "os esforços destes políticos acusados de corrupção para alterar as leis, de forma a poderem ficar fora da prisão", serem rebatidos "com muito criticismo construtivo, tanto na Roménia como também em Bruxelas".

Perspetivando a presidência semestral rotativa do Conselho da UE, que a Roménia assumirá pela primeira vez dentro de um mês, em 01 de janeiro de 2019, o diretor do "Declic" admite partilhar "alguns receios legítimos", atendendo à coligação governamental de esquerda que está no poder.

"É como ter um familiar embriagado à mesa de jantar: fazemos figas todo o tempo para que ele não diga nada inapropriado. Preferia que estivessem outros no poder, estou seguro de que pessoas escolhidas aleatoriamente na rua fariam muito melhor trabalho", diz.

"Mas uma vez que acreditamos em democracia e no Estado de direito, aguardemos pelas próximas eleições e, entretanto, mostremos, de forma tão criativa quanto possível, a nossa discordância", conclui o responsável do "Declic".

O "Declic" apresenta-se como uma plataforma civil independente que compreende atualmente uma comunidade de 350 mil membros ativos, a viver na Roménia ou na diáspora, e que fazem "lóbi por uma sociedade mais justa", garantindo que as suas campanhas -- como aquela em curso há quase dois anos contra a reforma do sistema judicial no país -- são orientadas "por valores, e não por política partidária".

Este movimento esteve na base da imagem de resistência "#Rezist" que se tornou um símbolo da forte contestação nas ruas de muitas cidades romenas aos planos do atual Governo de "aligeirar" a legislação anticorrupção, as maiores manifestações desde a queda do regime comunista de Nicolae Ceausescu, em 1989.

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