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Dulce Soares conta com Portugal para continuar formação de docentes

A ministra da Educação timorense disse hoje que o Governo continua a contar com Portugal para implementar uma versão reformulada, eventualmente ainda mais centrada na língua portuguesa, de um projeto de formação de professores que terminou este mês.

Dulce Soares conta com Portugal para continuar formação de docentes
Notícias ao Minuto

08:30 - 30/11/18 por Lusa

Mundo Timor-Leste

Dulce Soares referia-se, em declarações à Lusa, a uma nova versão do projeto Formar Mais, que envolveu 26 docentes que desde 2016 estiveram destacados em escolas em todo o território timorense envolvidos na formação de professores locais e no apoio à gestão escolar.

"A avaliação [do projeto] foi muito positiva e a vontade é poder continuar o projeto no futuro. A proposta está preparada há três meses, tivemos reuniões com pessoal do [instituto]Camões e falta apenas formalizar", explicou.

Soares referiu que esse novo projeto está previsto no Programa Estratégico de Cooperação (PEC) - a vigorar entre 2019 e 2022 - que deverá ser assinado em breve entre os dois países.

"Para mim deve ser Formar Mais Português, com foco na língua portuguesa", disse.

"Com a experiência dos formadores e dos formandos vamos tentar melhorar o projeto. Acho que muitas coisas têm que ser melhoradas, mas temos que continuar com o projeto. Do lado de Timor com ainda maior dimensão. Mas depende da negociação com Portugal", sublinhou.

Dulce Soares falava à Lusa à margem de um seminário em Díli que serviu para analisar o projeto, em cuja abertura destacou a importância do programa e apelou aos formandos timorenses para que deem continuidade às iniciativas começadas pelos docentes portugueses.

"Estes formadores deixaram espaços construídos e reabilitados que servem para o bem-estar de todos quantos se encontram na escola, como bibliotecas, espaços desportivos e outros", disse.

"A formação que receberam deve continuar todos os dias, para melhorar as práticas pedagógicas e continuar a falar português para não deixar que o nível de proficiência retroceda", afirmou.

Já a adida para a cooperação da Embaixada de Portugal em Díli, Cristina Faustino, referiu que o projeto mostra o "empenho de Portugal em apoiar os esforços do Governo timorense em difundir a língua portuguesa (...) em permitir acesso à educação de qualidade, à ciência e à cultura".

Numa análise ao projeto, a adida destacou a descentralização da formação, com os docentes portugueses a estarem destacados junto dos estabelecimentos de ensino nos municípios, permitindo ação pedagógica e de acompanhamento dos professores diariamente.

"Alunos e professores beneficiaram das melhores práticas educativas em língua portuguesa, mas com base no currículo timorense", disse, notando como "menos positivo" o facto de, a nível do secundário, os formadores permanecerem nas escolas durante períodos curtos.

A responsável portuguesa saudou o esforço e compromisso dos formandos, muitos dos quais se deslocavam grandes distâncias e com transportes irregulares, para participar na formação e também a "dedicação e sentido de compromisso por parte dos formadores" que trabalharam com "espírito de missão".

O projeto Formar Mais, uma das principais iniciativas de apoio português à formação contínua de professores timorenses, arrancou em 2016 com 11 professores que desempenharão funções na componente do 3.º Ciclo do Ensino Básico e 15 nas diversas disciplinas do Ensino Secundário Geral timorense.

Timor-Leste financiou cerca de 75% do custo do envio dos professores para o país.

Os docentes, que participaram em ações de formação na Universidade de Aveiro, complementadas por sessões realizadas no instituto Camões, trabalharam em Timor-Leste em articulação com o Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação (Infordepe), onde decorreu o seminário de hoje.

O Formar Mais é um projeto que resulta de uma parceria entre o Ministério da Educação de Timor-Leste, através do Infordepe, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, através do instituto Camões, e a Universidade de Aveiro.

O coordenador geral do projeto, Raimundo José Neto, destacou a sua importância no processo de formação contínua de professores que pretendeu responder a algumas das lacunas do sistema.

Aspetos como carências em termos de formação profissional dos professores no ativo, respostas às exigências da carreira docente quanto a competências essenciais e a necessidade de consolidar o português e de implementar currículos em vigor, foram questões analisadas.

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