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Poroshenko quer aprovação da Lei Marcial para prevenir ataques russos

O Presidente ucraniano anunciou, no domingo, que vai propor ao parlamento que aprove a imposição da Lei Marcial, após o apresamento pela Rússia de três navios de guerra e ferimentos em três militares no estreito de Kertch.

Poroshenko quer aprovação da Lei Marcial para prevenir ataques russos
Notícias ao Minuto

06:24 - 26/11/18 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Como Presidente e comandante chefe das Forças Armadas da Ucrânia, e em conformidade com a Constituição, decidi apoiar a proposta do Comité Militar", afirmou Petró Poroshenko, durante a reunião do Conselho de Segurança Nacional e Defesa, anunciaram órgãos de comunicação social locais.

Poroshenko, que espera que a Rada (Conselho Supremo -- único órgão legislativo) aprove rapidamente a sua proposta, explicou que a Lei Marcial ("estado de exceção") não inclui obrigatoriamente a mobilização do Exército, ainda que "tenham de estar preparados".

O chefe de Estado precisou que a Lei Marcial não supõe a introdução de limites aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. O secretário do CSND, Alexandr Turchínov, propôs que a Lei Marcial esteja em vigor durante 60 dias, com a finalidade de criar condições para repelir uma possível "agressão militar" e qualquer ameaça à independência e integridade territorial.

"Falamos do perigo de uma provocação não só no mar Negro e no de Azov, mas também em terra. Vemos os intensos preparativos das unidades militares russas que se encontram perto das nossas fronteiras a norte, este e sul", frisou.

Turchínov recordou que esta a primeira vez que a Rússia ataca abertamente a Ucrânia, pois até agora havia-o feito "secretamente", através de meios de guerra híbrida.

Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Pável Klimkin, classificou o ataque russo como "um ato de agressão".

"Agora temos uma agressão em território da Ucrânia e também uma guerra com a Rússia em águas neutrais", comentou.

A Rússia confirmou ter capturado no domingo três navios ucranianos no estreito de Kertch, impedindo o acesso ao mar de Arzov, e reconheceu ter feito uso da força, numa escalada de tensão sem precedentes naquela região.

"A fim de obrigar os navios militares ucranianos a pararem, foi feito o uso de armas", declararam os serviços de segurança da Rússia (FSB, antiga KGB), citados pelas agências noticiosas russas, acrescentando que as três embarcações ucranianas estão aprisionadas.

"Três membros do pessoal ucraniano foram feridos e já receberam tratamento médico. As suas vidas não estão em perigo", acrescentaram os serviços de segurança.

O Presidente ucraniano, Petro Porochenko, "denunciou um ato agressivo da Rússia visando uma escalada premeditada" nesta região, tendo convocado o seu gabinete militar, de acordo com comunicados oficiais.

O ataque ocorreu depois de Moscovo ter acusado a frota ucraniana de violar as suas águas territoriais.

Entretanto, alta representante da União Europeia para a Política Exterior exigiu à Rússia que restaure a liberdade de circulação no estreito de Kertch, para baixar a tensão na região.

"Esperamos que a Rússia restaure a liberdade de passagem no estreito de Kertch e apelamos a todos para atuarem com a maior contenção para baixar a tensão imediatamente", indicou a porta-voz de Frederica Mogherini, em comunicado.

"A União Europeia não reconhece e não reconhecerá a anexação ilegal da península da Crimeia por parte da Rússia", frisou.

O ataque de domingo, que sucedeu a Moscovo acusar uma frota ucraniana de violar as suas águas territoriais, foi efetuado por uma embarcação da guarda costeira do Serviço Federal de Segurança.

A tensão em Azov disparou desde que Moscovo construiu, em maio passado, a ponte da Crimeia, que une a península com a Rússia.

Após isto, redobraram as inspeções aos navios ucranianos, o que Kiev considera um bloqueio aos seus portos em Azov.

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