Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
24º
MIN 13º MÁX 24º

Olinto Daio recusa convite para ser primeiro-ministro de São Tomé

Olinto Daio, indicado pelo Ação Democrática Independente (ADI) para chefiar um eventual Governo são-tomense, declinou o convite, alegando não encontrar na proposta do líder do partido, Patrice Trovoada, possibilidade de implementar valores que "dão sentido à vida" da população.

Olinto Daio recusa convite para ser primeiro-ministro de São Tomé
Notícias ao Minuto

18:41 - 24/11/18 por Lusa

Mundo Eleições

"Recentemente eu fui contactado pelo presidente do ADI propondo-me para chefiar o próximo XVII Governo" (...)"Os valores que acarinhamos enquanto nação: família, paz, concórdia, hospitalidade, responsabilidade e respeito são os que tornam São Tomé e Príncipe forte e dão sentido às nossas vidas e todos eles fariam parte do meu trabalho", disse Olinto Daio, num comunicado hoje divulgado.

"Ora tendo analisado e ponderado, cheguei à conclusão de que esses valores não estão contidos nesta proposta de chefiar o Governo. Por isso, decidi em não aceitá-la", acrescentou.

Ministro da Educação, Cultura, Ciências e Comunicação do anterior Governo do ADI, Olinto Daio, liderou uma comissão do seu partido que pretendia estabelecer contactos com a sociedade civil e restantes partidos políticos com o objetivo de procurar uma estabilidade social e política, após as eleições legislativas em São Tomé e Príncipe de 07 de outubro.

O ADI venceu as eleições, mas perdeu a maioria absoluta que teve na anterior legislatura, conseguindo agora 25 lugares em 55 da Assembleia Nacional.

O partido tem afirmado esperar que o Presidente da República, Evaristo Carvalho, indique o ADI para formar Governo, apesar de a segunda e a terceira forças mais votadas (MLSTP-PSD e coligação PCD-UDD-MDFM) terem assinado um acordo pós-eleitoral que assegura uma maioria absoluta de 28 deputados no parlamento, e garantem estar em condições de constituir o próximo executivo.

A indicação de Olinto Daio para primeiro-ministro de um Governo do ADI foi decidida este mês pela direção do partido, depois de o seu presidente e anterior primeiro-ministro, Patrice Trovoada, ter recusado chefiar um próximo executivo, alegando que o seu afastamento seria necessário para alcançar um entendimento entre os partidos, já que defendia a necessidade de o país ter um governo de base alargada.

"No mesmo espírito de patriotismo e dever, e se o objetivo fosse aperfeiçoar a nossa união e aderirmos aos valores são-tomenses, eu estaria disposto, pois tenho um contributo para dar a este país que tanto me deu", sublinhou hoje Olinto Daio.

O responsável diz acreditar, tal como "muitos são-tomenses também acreditam", que é possível serem "um só povo, alcançando o que é possível, construindo essa união perfeita".

"Esta é a minha convicção, enraizada na minha fé em Deus e na minha fé no povo são-tomense", referiu Olinto Daio, para quem "governar São Tomé e Príncipe neste momento crítico exige mais que políticas e ideias".

Recorrendo ao brasão do país (Unidade, Disciplina, Trabalho), ressalvou que é preciso "ter atitudes e comportamentos" que "dignificam" a classe política" e para "restabelecer a confiança dos são-tomenses nos seus dirigentes".

Olinto Daio disse ainda que "o espírito de patriotismo e o dever que supera as diferenças de partidos e a ideologia" o levaram a aceitar o convite inicialmente, mas referiu que, depois de "analisar e ponderar" devidamente, recusou a proposta.

O Presidente são-tomense recebeu, entre sexta-feira e hoje, os partidos com representação parlamentar, depois da posse da nova Assembleia Nacional, na quinta-feira passada.

Após o encontro com Evaristo Carvalho, esta sexta-feira, o presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD, segundo partido mais votado, com 23 eleitos), disse acreditar que o Presidente vai chamar, na próxima semana, o ADI a formar Governo, garantindo que este executivo cairá no parlamento.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório